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The Offspring: a música dos que ficaram barrados à entrada do concerto

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The Offspring: a música dos que ficaram barrados à entrada do concerto

by Eduardo Aranha

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Com um sucesso tremendo por todo o mundo, a banda norte-americana The Offspring tem brindado o Mundo da Música com hits que prezam o que melhor se faz no género punk rock. Com nove álbuns de estúdio lançados até à data, o grupo conta com uma história peculiar que procuramos desvendar ao longo dos próximos parágrafos.

Com um estilo profundamente marcado pelo uso de certas expressões, como “whoas”, “heys” e “yeahs”, as músicas dos The Offspring põe-nos a mexer com o seu ritmo eletrizante, claramente influenciado por música oriental, tal como podemos ouvir em êxitos como “Pay the Man” ou em “Come Out and Play”. As letras das suas músicas, entretanto, conseguem ser também únicas à sua própria forma por abordarem tópicos tão variados como relações pessoais à degradação social e política dos Estados Unidos. Sem dúvida descendentes dos The Clash, The Ramones e The Sex Pistols, os The Offspring mantêm-se no ativo e prometem dar ainda muita energia aos seus fãs.

Conheça um pouco sobre a história do grupo norte-americano, viajando connosco através do tempo até à noite em que dois jovens foram barrados de um concerto e decidiram assim formar uma banda até ao sucesso tremendo que hoje registam, sem deixar de fora as estratégias progressistas que a banda adotou na viragem do milénio. E para o deixarmos no “mood” para esta leitura, começamos já por deixá-lo com um clássico da banda.

Barrados fora do concerto

A história dos The Offspring começa em 1984 quando dois adolescentes, Dexter Holland e Greg Kriesel, colegas de ginásio em Huntington Beach, Califórnia, saíram para assistir a um concerto da banda Social Distortion. Para quem não reconhece o nome, a Social Distortion é uma banda de punk que, na década de 80, teve bastante projeção nos Estados Unidos, principalmente na Califórnia.

No entanto, mesmo tendo-lhes sido recusada entrada no espectáculo, esta foi uma noite especial para Holland e Kriesel: é aqui que decidem que está na altura de tentarem a sua sorte no meio musical, formando uma pequena banda de garagem a quem chamam de Manic Subsidal. Rapidamente, arranjaram mais integrantes para a banda.

Inicialmente, os Manic Subsidal contavam com Doug Thompson como vocal e Jim Benton na bateria, enquanto Holland assumia o piano e o Greg o baixo . Todavia, quando Thompson foi forçado a sair da banda por desentendimentos entre os membros, James Lilja – que era já conhecido por tocar bateria nos Clowns of Death – entrou para assumir as baquetes.

Não muito depois, a banda cresce quando ‘Noodles’ Wasserman (guitarra e vocal) integra o grupo: esta foi uma estratégia que juntava o útil ao agradável. Tendo Noodles mais de 21 anos (idade legal para comprar álcool nos Estados Unidos) recaía no novo integrante a tarefa de comprar as bebidas espirituosas tão essenciais para manter a banda inspirada e motivada.

Entre ensaios de garagem e tardes passadas a compor músicas, a banda chega a 1986 mais decidida do que nunca a avançar profissionalmente com o projeto. Deixando para trás o nome Manic Subsidal, adotam o nome The Offspring e criam o selo independente Black Label para lançarem o primeiro single em vinil com uma tiragem inicial de mil exemplares. Este primeiro single, que contava com as músicas “I’ll Be Waiting” e “Blackball”, gerou algum sucesso e ajudou a tornar a banda mais conhecida localmente.

Mas as mudanças não se tinham ficado por aqui. Quando Lilja deixa a banda para prosseguir os seus estudos em medicina, os The Offspring enlistam Ron Welty, então com 16 anos, para se sentar em frente à bateria.

The Offspring: a escalada para o sucesso começa

Em 1989 o grupo assina com o selo independente Nemesis/Cargo e lança finalmente o seu álbum de estreia com título homónimo e produção de Thom Wilson (já conhecido por ter trabalhado como bandas como os T.S.O.L., Vandals e Dead Kennedys). Quebrando todas as expectativas, o álbum The Offspring vende três mil cópias em vinil e recebe críticas favoráveis.

Em 1991, a banda continua a trabalhar a ritmo alucinante quando decide tomar uma decisão estratégica: concordam em inserir uma das suas músicas numa coletânea da Epitaph Records, que pertence então a Brett Gurewitz (guitarrista dos Bad Religion). A participação na coletânea vale-lhes mais tarde um contrato com a editora permitindo que, logo em 1992, seja lançado o álbum Ignition que, suportado agora pelo mecanismo de marketing da editora, consegue alcançar o disco de platina.

   

Em 1994, depois de fazerem um tour pelos Estados Unidos com bandas como Pennywise e NOFX, os The Offspring lançam o seu segundo disco pela Epitaph: Smash. É no tracklist deste álbum que se encontram algumas das músicas pela qual a banda é hoje conhecida, nomeadamente “Come Out And Play” e “Gotta Get Away”. Tanto uma como outra contribuíram para o sucesso do álbum e para que fosse o mais vendido de todos os tempos por uma banda independente, com 11 milhões de cópias em todo o mundo. O sucesso prossegue quando “Come Out And Play” se torna um hit na MTV.

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Isto significava, também, que os The Offspring tinham deixado de vez o anonimato e se tornavam agora um alvo a disputar pelas grandes editoras norte-americanas. Tendo em conta que Smash tinha alcançado o quarto lugar na lista de 200 mais vendidos da Bilboard, não é difícil perceber por que razão chegaram tantas ofertas de contrato.

Apenas em 1997 a banda fecha contrato com a Columbia Record (Sony Music) e para se dedicar à gravação do álbum Ixnay on the Hombre. Sem surpresa alguma, o disco vende mais de três milhões de cópias em todo o mundo e uma vez mais figura na lista dos 200 mais vendidos da Bilboard. Neste trabalho conhecemos pelas primeira vez singles tão sonantes como “All I Want”, “Gone Away” e ainda “I Choose” que, por si só, fazem um sucesso tremendo nas tabelas de vendas.

The Offspring: “nós não temos medo da Internet”

O álbum Americana é lançado em 1998, sensivelmente um ano depois. Impactados já pela emergência do digital, a banda mostra-se progressista ao ponto de decidir disponibilizar na Internet o ficheiro mp3 da música “Pretty Fly (For a White Guy)”, que é descarregado mais de 22 milhões de vezes no espaço de dez semanas: um recorde nunca antes alcançado. O álbum por si mesmo, mal chega às lojas, atinge a marca das dez milhões de cópias vendidas, especialmente graças ao sucesso que “Pretty Fly (for a White Guy)” tinha alcançado e ao vídeo do single.

Um impasse surge então quando os The Offspring são processados pelos proprietários do software de download e partilha de músicas Napster. O escândalo aconteceu quando a banda pôs a colocar à venda no seu site camisolas com o logotipo da Napster, apropriando-se supostamente de conteúdos com direitos de autor. Os integrantes dos The Offspring alegaram que estavam apenas a partilhar o logótipo com os seus fãs, utilizando a mesma ironia a que a Napster tinha recorrido para se defender dos processos por pirataria impostos pelas editoras. Para espicaçar a polémica, a banda lançou integralmente, na Internet, o álbum Conspiracy of One, ainda antes do lançamento em físico,.

Os fãs gostaram muito da ideia e do que ela significava. Todos os que fizessem o download gratuito e legal ficavam automaticamente registados num concurso para receber 1 milhão de dólares no dia em que o álbum fosse lançado. Entretanto, aqueles que comprassem o álbum físico seriam recompensados com acesso ao clube digital Offspring Nation, podendo fazer downloads exclusivos de materiais inéditos, comprar bilhetes antes de serem vendidos em postos de venda oficiais e muito mais. Quem não gostou da ideia foi a Sony Music, que ameaçou processar a banda. O processo só foi evitado quando a banda deu o braço a torcer, concordando em libertar apenas um conjunto de singles.

“A verdade é que este álbum vai acabar na Internet, quer queiramos quer não”, disse Holland ao jornal L.A. Times na altura em que toda a polémica acontece. “Pensamos então: ‘Por que não fazermos istto antes de todos os outros?’ Nós não temos medo da Internet. Na verdade, achcamos que é uma excelente forma de alcançar os nossos fãs. ”

Entretanto, o baterista Ron Welty dá lugar a Josh Freese, em 2003, durante as gravações do álbum seguinte da banda. O currículo de Josh Freese punha-o já à altura da banda: anteriormente tinha tocado já no Vandals e no A Perfect Circle. Mas esta é apenas uma substituição temporária. Em outubro, os The Offspring testam nove bateristas e acabam por escolher Atom Willar, que tocou durante dez anos no Rocket From the Crypt e com o Moth and the Alkaline Trio.

Uma nova polémica dá-se por esta altura quando Holland revela, numa declaração de imprensa, que o trabalho seguinte dos The Offspring se chamará Chinese Democracy, uma evidente provocação a Axl Rose, que anteriormente tinha declarado que este seria o nome do disco que o Guns n’ Roses estavam a produzir há mais de dez anos.  A banda acabou por mudar de ideias e o álbum saiu com outro nome: Splinter. Com quase vinte anos de carreira e 32 milhões de cópias vendidas, Holland foi buscar inspiração a antigas demos gravadas no estúdio da sua cidade natal, regressando ás origens no seu sétimo trabalho.

Em 2007, Pete Parada entra para  bateria, substituindo Atom Willar e o grupo lança-se de novo na produção de um álbum. Rise and Fall, Rage and Grace chega em 2008 e bate novos recordes. Com este trabalho, mais precisamente com o single You’re Gonna Go Far, Kid, os The Offspring vão realmente mais longe do que tinham ido até à data, alcançando o topo da tabela de Hot Modern Rocks e manetndo a posição durante 11 semanas.

Days Go By, o nono álbum dos The Offspring, chegou em 2012, recebendo uma mistura de críticas negativas e favoráveis. Entretanto, a banda continua a dividir o seu tempo entre os palcos e os estúdios de gravação, dedicando-se atualmente ao seu décimo álbum de estúdio do qual se sabem ainda poucos detalhes.

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