Como os Pearl Jam compensam o impacto que a música tem no ambiente
No blog Mundo de Músicas falamos uma vez de Jack Johnson, o artista havaiano que grava toda a sua música recorrendo a painéis solares de forma a não provocar um impacto tão significativo no meio ambiente. Por essa altura, também lhe dissemos no post que a indústria musical, ao contrário do que muitos pensam, provoca níveis elevadíssimos de poluição.
Segundo um estudo do Environmental Change Institute, da Universidade de Oxford, a indústria musical da Grã-Bretanha provocou, em 2010, mais de 540 mil toneladas de gases de efeito de estufa. Deste número, 26% diz respeito à gravação e publicação de música, restando 74% relativo a atuações ao vivo. É um número alarmante para o Reino Unido e que prova que fazer música pode custar mesmo muito ao planeta.
Os Pearl Jam também têm atuado de forma ativa contra o efeito negativo que a indústria musical tem sobre o ambiente. Em 2003, começaram a avaliar o impacto ambiental causado pelas suas tours. Até agora, financiaram mais de 500 mil dólares em projetos de mitigação da mudança climática.
Pearl Jam: compensar a poluição depois do tour na América Latina
No final de 2015, aquando do tour que fizeram pela América Latina, a banda de Eddie Vedder anunciou que ia financiar projetos de mitigação da mudança climática no e no para compensar as emissões de dióxido de carbono produzidas devido aos concertos.
A notícia foi avançada pelo Serviço Nacional de Áreas Protegidas pelo Estado peruano (Sernanp). Segundo declarações à imprensa, a banda vai investir em projetos que se focam na redução de emissões de gases do efeito de estufa causadas pelo desmatamento e degradação das florestas (REDD+), desenvolvido sob o Convênio Marco das Nações Unidas para a Mudança Climática (UNFCCC).
A compensação financeira foi calculada tendo em consideração as viagens aéreas da banda e da sua equipa, assim como as estadias em hotéis, os camiões responsáveis pelo carregamento de equipamento, a energia consumida em cada local e o transporte de ida e volta para cada espetáculo.
Todo o dinheiro que os Pearl Jam doaram na sequência do tour pela América Latina reverte em favor do Bosque de Proteção Alto Mayo. Trata-se do primeiro projeto do REDD+ desenvolvido numa área natural protegida e que se encontra a cargo do Sernanp e da organização americana Conservação Internacional (CI) na região de San Martín, no Peru.
O projeto Valparaíso também receberá um investimento. Este projeto, por sua vez, tem como objetivo preservar 64.750 hectares da floresta amazônica perto da cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre.