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Jack Johnson grava toda a sua música com energia solar

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Jack Johnson grava toda a sua música com energia solar

by Eduardo Aranha

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O impacto do aquecimento global tem sido alvo de discussão por parte da opinião pública nos últimos anos. A cada dia que passa a necessidade de fazer algo para proteger o mundo em que vivemos cresce, assim como o número de pessoas a defender esta causa. Mas, por outro lado, há também uma grande fatia da população crédula a esta ameaça, recusando-se a aceitar que o mundo em que vivemos está a mudar para sempre.

Várias personalidades públicas têm tentado mudar o comportamento e consciência daqueles que ainda não são amigos do ambiente. Mas qual a melhor forma de mostrar que é importante proteger o ambiente? A resposta não podia ser mais óbvia: dando o exemplo. É isso mesmo que faz o cantor havaiano Jack Johnson.

Antes de mais, começo por dizer algo que a maioria das pessoas desconhece por absoluto: a música é responsável por uma grande quantidade dos gases responsáveis pelo buraco na camada de ozono. É normal que esteja a perguntar “Como é que isto é possível?”. Bem, para responder a isso não há nada melhor do que números.

De acordo com um estudo do Environmental Change Institute, da Universidade de Oxford, a indústria musical da Grã-Bretanha provocou, em 2010, mais de 540 mil toneladas de gases de efeito de estufa. Deste número, 26% diz respeito à gravação e publicação de música, restando 74% relativo a atuações ao vivo. É um número alarmante que prova que, afinal de contas, fazer música não é assim tão saudável para o ambiente. E são apenas números do Reino Unido!

A questão que se coloca agora é: será possível fazer alguma coisa para reduzir o impacto causado pela indústria musical? É aqui que entra Jack Johnson. Os que já conhecem o artista estão certamente familiarizados com o seu interesse pelo ambiente, uma temática tão presente na sua música como no seu trabalho ativista. O Festival Kokua, organizado anualmente por Johnson, encoraja o público a ser amigo do ambiente, a andar de bicicleta e a reciclar. E, claro, todos os fundos do festival revertem para uma instituição que promove o ambiente, a arte e a educação musical.

Mas como se isto não bastasse, Jack Johnson vai mais longe e produz toda a sua música usando energia solar. Neste artigo apresentamos por isso a história de Jack Johnson e como se virou para as energias renováveis para gravar a sua música.

Jack Johnson: reduzir o impacto negativo que a música tem sobre o ambiente

A música chega-nos através da rádio e, mais recentemente, da Internet, mas será que temos consciência do processo por detrás da gravação de uma música? Onde é que tudo acontece?

Antes de mais, uma vez que a qualidade sonora é um dos fatores mais considerados na indústria musical, todas as gravações devem acontecer num espaço isolado capaz de abafar qualquer som exterior. Em segundo lugar, temos o equipamento. Estamos a falar de microfones, compressores, mesas de mistura, colunas, entre outros. Este arsenal de dispositivos funciona apenas com eletricidade. Basta vermos as luzes a piscar insistentemente em todos os aparelhos para sabermos que uma grande quantidade de energia está a ser usada.

É aqui, em espaços como estes, que a gravação das nossas músicas preferidas acontece. Alguma vez pensou que a produção de música teria um impacto tão negativo sobre o ambiente?

Ao perceber que era isto que acontecia, Jack Johnson viu-se confrontado com um grande dilema no início da sua carreira. Nascido na Costa Norte de Oahu, no Havai, o músico foi criado entre as ondas do Oceano Pacífico, surfando e aprendendo a respeitar o mundo onde vive. A sua paixão pela música começou também por essa altura, no alpendre da sua casa, onde um amigo do pai lhe ensinou músicas de Bob Marley e Cat Stevens.

   

Então, como é que Jack Johnson podia gravar as suas músicas de forma a ser amigo do ambiente? Ao investir em painéis solares, Jack Johnson percebeu que podia cortar toda a sua dependência em energias não renováveis e colocar todo o seu estúdio a funcionar a partir de energia solar.

Ao comprar uma casa com a sua esposa, em 2002, transformou de imediato a garagem naquele que é hoje o Mango Tree Studio, o seu primeiro estúdio de gravação. O espaço acabou por se tornar também na sede da Brushfire Records – a editora fundada ao lado de Emmett Malloy.

Com painéis solares instalados no telhado, Jack Johnson é então capaz de gravar música sem prejudicar o ambiente. Todos os aparelhos do estúdio funcionam com energia solar, assim como os equipamentos domésticos da casa onde vive com a esposa e os três filhos. Mas o mais incrível é que não são apenas os Johnson a usar energia solar: o potencial é tal que até os vizinhos beneficiam desta fonte energética.

Energia solar: um futuro para a música?

Em 2005, a Brushfire Records abriu um segundo estúdio, desta vez em Los Angeles, Califórnia. Como esperado, este estúdio foi construído para funcionar com energia solar e o próprio nome homenageia o conceito: Solar Powered Plastic Plant. Situado numa casa de estilo vitoriano, usada antigamente por um fotógrafo, o estúdio procura dar o exemplo, tal como Jack Johnson, e mostrar que é possível adaptar a indústria musical para que não atinja tão negativamente o ambiente.

E a verdade é que Jack Johnson já não está sozinho nesta luta. Por todo o mundo, têm surgido novos estúdios à base de energia solar. Artistas como Justin Bieber e Dave Matthews gravaram nos estúdios Treesoundo maior estúdio deste género em Atlanta. Do outro lado do oceano Atlântico, os estúdios The Premises, em Londres, assumem-se como os primeiros deste género na Europa.

Gostava de assistir a um concerto de Jack Johnson? Clique no LINK para receber um aviso quando o artista anunciar novos espectáculos!


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