As medidas ambientais aplicadas pelos festivais de música em Portugal
Todos os anos os festivais de música em Portugal atraem milhares de pessoas movidas pela mesma vontade de ouvir música e de ver de perto os seus artistas favoritos. Fazem-no em grupo, descontraindo de tudo o resto que se passa nas suas vidas, frequentemente com um copo de cerveja na mão e até um cigarro entre os dedos… sem saberem, no entanto, o impacto ambiental que o evento onde estão presentes está a provocar.
Uma estimativa recente aponta que dois milhões de pessoas (entre as quais portugueses e estrangeiros) passa por festivais na época alta, todos os anos. Esta grande afluência resulta na produção de lixo, recursos, energia, entre outros. Ainda assim, os festivais de música continuam a ser uma peça-chave na economia portuguesa, especialmente na economia local de regiões com baixa densidade populacional.
Olhando de forma genérica para estes eventos não tardamos a encontrar os riscos que apresenta para o ecossistema. Os festivais de música reúnem uma elevada concentração de pessoas de diferentes faixas etárias e culturas. Dada tal afluência, existe inevitavelmente uma sobrecarga e pressão das infraestruturas, pelo que é necessário que haja preocupação ambiental. Com isto, os promotores dos festivais e órgãos governamentais preocupam-se cada vez mais com a sustentabilidade quer a nível social, económico e ambiental.
Em 2017, a pensar em festivais mais ecológicos, tem sido feito um esforço por parte de promotores de festivais para apostar em soluções que tenham mais em atenção o desempenho ambiental.
Como o Governo tenciona ajudar o festivais de música em Portugal
As melhores medidas passam por poupar recursos, tratar efluentes e analisar alternativas para a produção de energia. Para incentivar e tornar possível a aplicação de tais medidas, as organizações dos festivais terão financiamento até 60% no programa Sê-lo Verde.
“O que tem prioridade são mesmo as boas ideias, a poupança de recursos, onde estão os resíduos, é de facto da maior importância, os efluentes também, a produção de energia também. Esses serão cofinanciados até 60% do montante das medidas que vierem a ser apresentadas”, explicou o ministro do ambiente João Matos Fernandes, em declarações à imprensa.
De acordo com o Ministério do Ambiente, as propostas recebidas na área da educação ambiental terão apoios até 40% do seu valor. O ministro garantiu ainda que o programa Sê-lo Verde tem como objetivo prestar uma “uma garantia de sustentabilidade ambiental” a diferentes organizações e que o cofinanciamento das medidas será dividido entre festivais de média dimensão e festivais de grande dimensão.
Ações que promovam o uso de novas tecnologias e de energias renováveis serão ainda levadas a cabo durante os festivais, procurando alertar a audiência para a necessidade de assumir uma responsabilidade ambiental.
A partir do conhecimento destes problemas e, tendo em conta que muitos festivais já têm em curso boas práticas ambientais, o Governo português decidiu avançar 500 mil euros para apoiar cerca de 10 festivais com cerca de 50 mil euros cada um.
A sessão de apresentação do Sê-lo Verde incluiu um encontro entre ‘startups’ e promotores de festivais para “juntarem ideias” visando festivais mais sustentáveis no futuro. Entre os promotores presentes, foi transmitida a ideia de que a preocupação com o ambiente tem de passar pelos organizadores dos festivais, mas também pelos espetadores, principalmente na produção de resíduos e na mobilidade, ou forma de chegar aos eventos.