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U2: a consciência Rock que ainda quer salvar o Mundo

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U2: a consciência Rock que ainda quer salvar o Mundo

by Eduardo Aranha

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A banda irlandesa U2 fará para sempre parte da história da música e promete continuar a fazer mais história ainda ao longo das próximas décadas. Com um estilo demarcado dentro do género rock, a banda liderada por Bono Vox apresentou-se ao mundo com um rock distinto, propulsionado por letras fortes, repletas de significados ocultos e que prestam homenagem à identidade cultural de onde vêm assim como a elementos familiares, conseguindo por isso suscitar empatia em ouvintes de todas as idades. A isto acrescenta-se o discurso ativista que a banda tem promovido nos últimos anos, quer através das suas músicas, quer através de próprias iniciativas tomadas.

Os U2 formaram-se de forma caricata: tudo começou com um anúncio afixado por Larry Mullen Jr. (baterista) na escola Mount Temple High School, em Dublin, Irlanda. Estávamos então em 1976, uma era em que o rock entrava já numa fase mais tardia: é neste ano que Hotel California, dos Eagles, se torna um hit mundial e que os Sex Pistols provocam Anarchy in the UK. À convocação do anúncio, responderam Paul David Hewson – mais conhecido como Bono Vox (vocalista) –, David Howell Evans – The Edge (guitarra), Adam Clayton (baixo) e Dick Evan (guitarra), irmão de The Edge.

Partindo com o nome de Feedback, o grupo fazia covers dos Beatles e dos Rolling Stones. Ensaiando sempre que podiam, tentaram compor as suas primeiras músicas nesta altura ainda fosse tardar até comporem algo de mérito. Em 1977, sofrem a primeira – de muitas – mudanças de nome da banda: de Feedback passam a Hype. O nome foi sofrendo outras alterações até conseguirem, finalmente, acertar na designação pela qual hoje os conhecemos: U2. A partir desse momento em diante, o grupo começa-se a focar a sério na sua música.

Após a saída de Dick, em 1978, o quarteto lançou-se na produção do seu primeiro registo: o EP U2 3, que chegou às lojas em 1979 e foi seguido, em 1980, pelo primeiro LP da banda, intitulado Boy. A mistura entre rock punk, ativismo político e religiosidade não tardaram a conquistar a Irlanda.

No entanto, o Reino Unido foi mais difícil de conquistar. Ainda que a música dos U2 começasse a atravessar fronteiras e a chegar a alguns rádios britânicos, foi apenas com o álbum Under a Blood Red Sky (1983) que tiveram finalmente uma receção excelente no Reino Unido. O trabalho foi o primeiro registo ao vivo do grupo e tornou-se na gravação ao vivo mais bem sucedida na história fonográfica da Grã-Bretanha.

U2: à conquista do mundo da música

Os U2 só chegaram aos Estados Unidos com o álbum que celebra em 2017 os seus 30 anos: The Joshua Tree (1987). Trazendo hits como With Or Without You, Where The Streets Have No Name e I Still Haven’t Found What I’m Looking For a banda consegue vender mais de 20 milhões de cópias e ganhar os seus dois primeiros prémios Grammy: o prémio de Melhor Álbum do Ano e o prémio de Melhor Performance de Rock.

Entretanto, o grupo lança-se numa tour que, além dos concertos, resulta no filme documental Rattle & Hum e num álbum homónimo. Além das canções na versão ao vivo, o trabalho apresentava músicas inéditas como Desire e When Love Comes To Town. A última era uma gravação do grupo irlandês com o músico norte-americano de blues B.B. King.

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Depois de atingir o sucesso, os U2 pararam para descansar e pensar no conceito do novo álbum. A banda estava insatisfeita com a sonoridade e achava que precisavam se reinventar. Assim, Bono, The Egde, Larry e Adam foram gravar o próximo trabalho em Berlim, capital da Alemanha, contando para tal com a ajuda dos lendários produtores Brian Eno e Daniel Lanois.

Ainda assim, este não foi um processo propriamente tranquilo. Durante as gravações do trabalho seguinte, o clima ficou insustentável entre os membros do grupo e esteve mesmo em causa a continuidade da banda. A harmonia só se restabeleceu quando Bono apresentou a música One, um dos maiores hits do álbum e de toda a discografia da banda.

Não obstante as perturbações que afligiram o grupo, Eno e Lanois ajudaram o quarteto a mesclar o rock com as inovações eletrónicas da época, de forma a incorporar as melhores tendências. O resultado deste trabalho permite criar o álbum Achtung Baby (1991).

   

Em 1992, os U2 lançaram o álbum Zooropa (1993), um trabalho que a crítica considerou ser uma continuação menor de Achtung Baby. No entanto, não obstante o que diziam sobre este novo álbum, o trabalho conseguiu chegar ao primeiro lugar em diversas partes do mundo.

Entretanto, com o álbum Pop, os U2 mostram mais uma vez conseguir dominar as tendências eletrónicas. Durante a série de concertos realizados para promover o seu trabalho, os irlandeses estiveram pela primeira vez no Brasil em 1998, para concertos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Porém, depois de tanto tempo sem lançar sucessos realmente de peso, os U2 chegam ao ano de 2000 com All That You Can’t Leave Behind, considerada uma das obras primas da banda. Nela estão presentes clássicos como Beautiful Day, Stuck In A Moment You Can’t Get Out Of e Walk On. Os U2 chegaram a uma marca nunca antes conquistada por um artista: ganham dois Grammy’s nesse ano, consecutivamente, por Beautiful Day (2001) e Walk On (2002).

Em 2004, os U2 voltam a dar destaque às guitarras com How To Dismantle An Atomic Bomb. Músicas como Vertigo e All Because Of You provam o peso da guitarra de The Edge e a sua evolução ao longo da história da banda. Neste álbum, um dos hits mais marcantes da banda é também apresentado: Sometimes You Can’t Make It On Your Own, uma homenagem musical composto por Bono para o seu pai.

E depois de quatro anos de espera, os fãs da banda irlandesa comemoram o lançamento de No Line On The Horizon. Escrito e gravado em diferentes lugares (Marrocos, Irlanda, Estados Unidos e Inglaterra), o material tem mais uma vez a assinatura na produção da dupla Brian Eno e Daniel Lanois.

Songs of Innocence é o primeiro trabalho realizado da banda na década de 2010, marcando o maior intervalo entre os álbuns de estúdio da carreira do U2. Perante boas criticas, o álbum provou que a banda irlandesa continua a ser pertinente e a ter muito para dar ao género do rock. O próximo álbum, cuja data de lançamento não foi ainda divulgada, conta com uma designação semelhante à deste trabalho: Songs of Experience.

Os 30 anos de The Joshua Tree celebrados com reedição especial

Para assinalar os 30 anos desde o lançamento do quinto álbum de estúdio dos U2, The Joshua Tree, este mesmo trabalhado será lançado com o selo da Island Records numa edição especial de aniversário.

Juntamente com os 11 temas do alinhamento original do álbum, a edição de colecionador Super Deluxe inclui a gravação ao vivo do concerto que o grupo deu no Madison Square Garden no âmbito da “The Joshua Tree Tour”; raridades e lados B das sessões de gravação do álbum; novas remisturas de Daniel Lanois, St. Francis Hotel, Jacknife Lee, Steve Lillywhite e Flood; um livro de capa dura de 84 páginas de fotografias pessoais inéditas tiradas por The Edge durante a sessão fotográfica no deserto do Mojave em 1986.

Lançado com uma aclamação universal a 9 de março de 1987, e incluindo sucessos como With Or Without You, I Still Haven’t Found What I’m Looking For e Where The Streets Have No Name, The Joshua Tree atingiu o 1.º lugar dos tops de vendas no Reino Unido, EUA, Irlanda e um pouco por todo o mundo, vendendo mais de 25 milhões de cópias e catapultando Bono, The Edge, Adan Clayton e Larry Mullen Jr. do estatuto “de heróis a superestrelas” (“Rolling Stone”).

The Joshua Tree foi produzido por Brian Eno e Daniel Lanois. As gravações tiveram lugar em Dublin, no Windmill Lane Studios, e em Danesmoate, casa que mais tarde veio-se a tornar a residência de Adam Clayton.

A digressão The Joshua Tree Tour 2017 arranca em Vancouver a 12 de maio de 2017, seguindo por vários estádios pela América do Norte e Europa, tendo já esgotado dois concertos no Estádio de Twickenham, a 8 e 9 de julho, que se realizam pouco antes do concerto na cidade natal de Dublin, a 22 de julho, no Croke Park.

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