Sabe qual é a música mais triste do mundo?
Aposto que se lhe perguntarmos qual a música mais triste que conhece nos vai sugerir meia dúzia de nomes de músicas realmente tristes, associadas possivelmente a momentos menos felizes da sua vida. Porém, neste post, não vamos falar das músicas que são mais tristes para si: mas sim daquela que é universalmente relembrada como a mais triste de sempre.
Curiosamente, é até à que viajamos para encontrar esta música. De todos os cantos do mundo, há quem continue a eleger este tema como como o mais deprimente de que há história. Chama-se Gloomy Sunday, foi composto por Rezso Seress e está associada a mais de 100 casos de suicídio em várias partes do mundo. Curiosamente, o próprio compositor pôs termo à sua vida.
Não acha que tudo isto já dá mais do que motivos para que Gloomy Sunday (Domingo Sombrio) possa ser considerada a música mais triste do mundo? Neste post, contamos a história desta música e do seu compositor.
A história da música mais triste do mundo
Começamos então por Rezso Seress, o compositor húngaro que compôs Gloomy Sunday. Nascido a 3 de novembro de 1899, aprendeu de forma autodidata a tocar piano. Estes primeiros passos pelo mundo da música acabaram por levá-lo a assumir um interesse pela composição.
Em 1933, depois de terminar uma relação com a sua namorada, ficou de tal forma deprimido que transpôs o que lhe ia na cabeça (e no coração) para a música Gloomy Sunday. Para este desabafo musical, que se tornou um sucesso anos mais tarde, contou com a ajuda dos seus amigos que lhe disseram como podia tornar alguns dos versos mais poéticos.
Hoje, alguns especialistas em música acreditam na possibilidade de Seress não ter composto a música para a namorada. A inspiração, acreditam, veio sim da tristeza que sentia para com toda a situação social do mundo, desde guerras às visões apocalípticas apontadas por alguns.
Como apontamos acima, esta foi uma música que se tornou popular na … apesar de ter levado o seu tempo. Passaram-se dois anos até Gloomy Sunday, então gravada novamente por Pál Kálmar, atingir uma certa popularidade. Mas eis então que acontece algo muito curioso: começam a acontecer suicídios na Hungria, todos eles associados de alguma forma à música de Seress.
Esta coincidência conduziu por isso a medidas mais drásticas: à censura da música na Hungria. Como é natural, a censura provocou exatamente o efeito oposto: o aumento da popularidade da música. Em 1936, Gloomy Sunday tinha sido traduzida para inglês e gravada pela voz de outros artistas. Foi assim que, em 1941, Bille Holliday interpretou o tema… apesar da BBC ter considerado meses mais tarde que era triste demais para ser reproduzido na rádio!
O mais triste de toda esta história será, provavelmente, o facto de Seress se ter suicidado anos mais tarde. Antes desse fatídico dia, em novembro de 1968, a vida de Seress provou ser complicada e dramática, chegando a ser levado para um campo de concentração nazi do qual fugiu. Anos depois, quando foi finalmente reconhecido pelo seu trabalho musical, Seress tentou reconciliar-se com a sua ex-namorada… Que se tinha suicidado através de consumo de veneno.
Terá sido este um dos traumas a motivar que saltasse da janela do prédio onde vivia, em . Mesmo que a queda não tenha sido fatal, o compositor foi levado para o hospital onde acabou por se enforcar com uma corda que encontrou.
Ainda não ouvi esta música Gloomy Sunday, portanto até agora, para mim, a música mais triste é Nights, Winters, Years, lançada em 1975 no álbum The Blue Jays pelo conjunto Moody Blues.
Outra música que considero triste é Once Upon a Time in the West, composta por Ennio Morricone e faz parte da trilha sonora do excelente filme de mesmo nome, estrelado por Charles Bronson, Claudia Cardinalle e Henry Fonda.