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Mike Patton: o Senhor das Mil Vozes

Mike Patton: o Senhor das Mil Vozes

by Gonçalo Sousa

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Se alguma vez assistiu ao filme Eu Sou A Lenda com o actor Will Smith sabe que os monstros eram no mínimo assustadores. O que talvez não saiba é que todos os sons emitidos pelos zombies que perseguiam o último homem à face da Terra são da autoria de… Mike Patton. Essa colaboração foi apenas mais uma demonstração da versatilidade do cantor norte-americano, que é certamente um dos que tem uma carreira mais multifacetada no mundo da música.

De certa forma, a tarefa de quantificar e/ou qualificar a obra de Mike Patton é um esforço inglório. Primeiro, porque tínhamos de encher muitas páginas apenas para citar todos os projectos e colaborações que protagonizou. Depois, porque ao listarmos os géneros musicais em que já entrou teríamos de actualizar a lista de forma constante, sempre correndo o risco de não conseguir acompanhar o ritmo da sua vida artística.

Gostava de assistir ao concerto dos Faith No More? Saiba no LINK quando a banda regressa!

Embora seja mais conhecido como o vocalista de bandas de rock/metal como os Faith No More, Mr. Bungle e Tomahawk, na verdade essas são apenas ínfimas partes da personalidade musical daquela que é considerada uma das vozes mais versáteis de todos os tempos.

Verdadeiramente camaleónico, Mike Patton divide-se pelos géneros que mistura e recria quer a solo, quer nos vários projetos musicais em que está envolvido. A sua incrível extensão vocal e, sobretudo, a sua imaginação musical cruzada com as técnicas infindáveis que domina com mestria (falsettos, beatboxing, baladas, ópera e berros guturais são apenas algumas) valeu-lhe a alcunha de Mr. 1000 Voices.

Músico por inteiro, Mike Patton não se limita a cantar. Em 1999 foi um dos responsáveis pela fundação da editora Ipecap Recordings (onde lança novas bandas todos os anos) e há muito tempo que tem trabalhado em paralelo como produtor musical. Ao longo da sua carreira, cruzou-se com músicos de todos os quadrantes, desde Björk a Norah Jones, passando pelos Sepultura, entre muitos (mesmo muitos) outros nomes.

Mike Patton: a importância dos Faith No More

Tudo começou na Califórnia, numa cidade do litoral chamada Eureka (EUA). Decorria o ano de 1984 quando um Mike Patton de apenas 16 anos se juntou a Trey Spruance e Trevor Dunn para formar os Mr. Bungle, a sua primeira banda. Alguns anos depois foi convidado para ser o vocalista da nova banda de culto de São Francisco: os Faith No More. E apenas nessa altura o mundo conheceu Mike Patton, através do disco The Real Thing (1989), que com a sua mistura de rap e rock se tornou um sucesso comercial ao nível mundial.

De desconhecido para poster boy, Mike Patton tinha apenas 20 anos quando enfrentou uma base de fãs enorme em digressões por todo o globo. Contudo, o êxito maior seria alcançado com Angel Dust (1992), o mítico álbum dos Faith No More, que ainda hoje é considerado um dos melhores discos da década de 90. Contudo, os Faith No More acabaram em 1998 e Mike Patton ficou livre para esculpir uma obra notável enquanto cantor, enquanto se afastava dos holofotes da fama.

Seja como a voz de baladas trip-hop românticas (Lovage), canções italianas da velha guarda (Mondo Cane), temas clássicos de bandas-sonoras (Fantômas) ou a voz da força oculta no vídeo-jogo The Darkness, existem muitas interpretações de Mike Patton para todos os que apreciam a arte deste extraordinário e prolífico cantor.

DISCOS RECOMENDADOS DE MIKE PATTON:

Angel Dust

   

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