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Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band: o alter-ego dos The Beatles

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Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band: o alter-ego dos The Beatles

by Eduardo Aranha

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Já que uma nova reedição para celebrar o 50.º aniversário do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos The Beatles está prestes a chegar às lojas no dia 26 de maio, sentimos que estava na altura de falar sobre este trabalho que, mesmo volvidas cinco décadas, continua a ser um ponto marcante na história da música.

Estávamos no dia 1 de junho de 1967 quando o oitavo trabalho de estúdio dos Fab Four chega às mãos e ouvidos dos fãs, necessitando apenas de meia dúzia de dias para se tornar um sucesso comercial como era hábito nos registos da banda britânica.

As 27 semanas que se seguiram provaram bem que o álbum não estava disposto a deixar os tops das tabelas do Reino Unido e que as músicas que compunham a tracklist, como A Day in the Life e Lucy in the Sky with Diamonds, ecoariam através do tempo para chegar a gerações futuras.

Historiadores continuam a nomear Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band como uma obra-prima dos The Beatles, já que o grupo britânico entregou mais do que o coração ao trabalho: a forma como a música foi produzida, a composição das letras e até mesmo o grafismo usado tornam-se marcas distintas deste trabalho.

O processo de produção começou algures em agosto de 1966 quando a banda encerrou os tours e fez um hiatus dos concertos durante três meses para se dedicar inteiramente à composição e gravação de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Mas havia algo de especial e diferente no propósito deste álbum: aqui não eram totalmente os The Beatles a atuar, mas sim os seus alter-egos.

Em novembro desse mesmo ano, durante um voo de regresso a Inglaterra, Paul McCartney teve a ideia de criar um álbum inteiro que tivesse como protagonistas cada um dos membros dos The Beatlles mas com personagens alternativas. Juntos não seriam simplesmente os The Beatles, mas sim a Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Sendo em simultâneo nome de banda fictícia, álbum e título de uma música, esta meia dúzia de palavras ia baptizar os Fab Four com um novo nome, ainda que temporáriao, mas que se figuraria importantíssimo na história do grupo.

Porquê criar alter-egos? Esta não é apenas uma pergunta feita por mim. Muitos críticos e produtores colocaram a mesma questão, tal como todos os fãs que adquiriram o álbum no dia em que chegou às lojas. E a resposta acaba por ser bastante simples: ao serem simplesmente os Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dispunham de mais liberdade para dar asas à criatividade e experimentar o que não tinham ainda feito.

Durante as gravações em estúdio, a banda fez uso de novas tecnologias de gravação, algumas das quais já tinham usado durante a gravação do álbum Revolver. Foram realizadas nove tomadas no dia 1 de abril de 1967, em onze horas ininterruptas de trabalho. E a gravação foi concluída nesse mesmo dia.

A tomada 9 foi considerada a melhor e trabalhada nos seus detalhes finais (ajustes de canais e overdubs) para a inclusão na fita master. No dia 20 de abril de 1967 foi feita a mixagem para estéreo. Nesta música, inicialmente gravou-se a bateria de Ringo Starr com as duas guitarras de Paul McCartney e George Harrison. Depois, Paul gravou também o baixo. Os outros vocais foram gravados posteriormente, desta vez na presença de John Lennon.

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Os métodos de gravação inovadores do produtor George Martin e do engenheiro Geoff Emerick incluíam a aplicação liberal do processamento de sinais de som e o uso de uma orquestra de 40 instrumentos a  executar crescendos aleatórios. As gravações do álbum foram concluídas no dia 21 de abril de 1967, tendo a capa – que retrata os the Beatles a posar em frente a um quadro de celebridades e figuras históricas – sido concebida pelos artistas Peter Blake e Jann Haworth.

   

A reedição de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band em 2017

Atribuído como um importante trabalho da música psicadélica britânica, o álbum incorpora uma variedade de influências artísticas que o tornam mais especial ainda, como o vaudeville, o circus, music hall, avant-garde e até mesmo música clássica indiana.

Segundo os últimos números acerca das vendas do álbum, datados a 2011, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band tinha então vendido mais de 32 milhões de cópias em todo o mundo, confirmando-se assim como um dos álbuns mais vendidos da história.

O que nos traz então a 2017. Em pleno século XXI, os The Beatles continuam a ser ouvidos, as suas músicas ainda passam nas rádios e os seus discos continuam a registar vendas consideráveis nas lojas. O esforço por parte das editoras em manter este legado vivo é notável, de tal forma que reedições como aquela que chega no dia 26 de maio são muito bem-vindas.

Para esta reedição de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Giles Martin e Sam Okell assumiram de novo o lugar na mesa de mistura, em stereo e áudio 5.1 surround. Da reedição fazem parte maquetes das primeiras gravações de estúdio, incluindo 34 gravações até hoje nunca editadas.

Esta é a primeira vez que Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band é remistado e apresentado com sessões adicionais de gravação, sendo também o primeiro álbum dos Beatles a ser remisturado e expandido desde o lançamento em 2003 de “Let It Be… Naked”.

Quem fizer já a sua reserva recebe em primeira mão e de forma gratuita não só este Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Take 9), mas também poderá ouvir pela primeira vez a remistura do tema feita por Giles Martin. Além destes, com a pré-venda pode-se ainda ouvir a partir de hoje With A Little Help From My Friends (Take 1) e a remistura do mesmo tema por Martin. O CD Anthology 2 apresenta uma versão diferente da do álbum, retirada da tomada 5, com Paul McCartney nos vocais.

Já de seguida apresentamos o que inclui cada uma das versões do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band:

  • Versão Deluxe 2CD:1 CD com as misturas de Giles Martin e um 2º disco com maquetese versões alternativas sequenciadas na mesma ordem que o alinhamento do álbum original (adicionalmente inclui os temas “Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane”). Esta versão deluxe estará disponível em CD, LP e formato digital.
  • Versão Super Deluxe 4CD/DVD/BR: CD1 com as misturas de Giles Martin; CD 2 e CD 3 com 33 maquetes e versões alternativas sequenciadas na mesma ordem que o alinhamento do álbum original (além das novas misturas para os temas “Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane”); CD 4 com versão em mono do álbum (acompanhado dos singles  “Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane”), além de misturas em mono inéditas de “She’s Leaving Home”“A Day in the Life” e “Lucy in the Sky with Diamonds”, tendo a desta última sido descoberta no processo de pesquisa desta reedição; 1 DVD e 1 Blu-ray com o documentário “Making of Sgt. Pepper”, estreado somente em 1997 na televisão britânica e os vídeos promocionais de “Strawberry Fields Forever”, “Penny Lane” e “A Day in the Life”; e ainda o álbum em alta resolução áudio e mistura 5.1 surround.

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