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James Brown: o Homem mais trabalhador da Indústria Musical

James Brown: o Homem mais trabalhador da Indústria Musical

by Gonçalo Sousa

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Cantou, compôs, dançou e produziu. James Brown respirou música do princípio ao fim num estilo único e, por isso, merece um lugar não só entre as vozes, como também entres os artistas mais marcantes da História da Música. O Padrinho do Soul teve uma carreira de meio século e influenciou muitos artistas ao longo da sua vida, durante a qual vendeu mais de 100 milhões de álbuns!

Nascido em 1933 em Barnwell (EUA), o jovem James Brown enfrentou com dificuldades o divórcio dos pais. Ainda criança foi viver com uma tia, que era dona de um bordel na Geórgia. Com apenas 4 anos de idade, começou a trabalhar em troca de alguns tostões: foi engraxador de sapatos, dançou para soldados, lavou carros…

“Comecei a engraxar sapatos por 3 cêntimos, depois subi para 5 e depois 6. Tinha 9 anos quando comprei um par de roupa interior de uma loja; todas as minhas roupas eram feitas de sacos e coisas desse género”, contou uma vez em entrevista.

A música surgiu por volta dos 12 anos, numa altura em que foi dispensado da escola. O motivo? “Usava roupa insuficiente”, explicou anos mais tarde. Num período de grandes dificuldades, começou a cantar no coro da igreja, onde era elogiado quer pelas capacidades vocais, quer pela emoção que colocava na voz.

James Brown: do reformatório para a estrada

Contudo, com apenas 16 anos, James Brown foi preso por roubo e enviado para um centro de detenção de jovens, onde teve a possibilidade de ocupar o tempo com música e desporto. Depois de sair do reformatório, passou alguns anos a praticar boxe e a jogar basebol a nível semiprofissional.

Foi então que conheceu Bobby Byrd, que o convidou para fazer parte de um grupo mais tarde renomeado para Famous Flames. Os anos que se seguiram foram de sucesso crescente para James Brown. Quando Please, Please, Please chegou ao número 6 dos tops de R&B em 1956, já o artista era alvo de respeito e admiração onde quer que actuasse.

Durante esse período, a banda fez digressões intensas pelos estados sulistas dos EUA, abrindo concertos de nomes consagrados, como B.B. King e Ray Charles. Em 1958, James Brown viajou para Nova Iorque e aí gravou um dos seus maiores êxitos, a música Try Me.

O título de The Hardest-Working Man in Show Business

Os restantes anos da década de 50 e da década de 60 foram de trabalho árduo: era comum o artista atuar 6 noites por semana, facto que lhe valeu a alcunha de The Hardest-Working Man in Show Business (o Homem que Mais Trabalha na Indústria do Espectáculo).

Lançado em 1963, o disco Live at the Apollo trouxe o reconhecimento de todo o país pela estrela maior da música funk. Extremamente exigente, James Brown não pedia aos seus músicos menos do que a perfeição.

A par do sucesso em palco, o artista foi ocupando um papel cada vez mais importante como ativista dos direitos civis: após a morte de Martin Luther King Jr. foi ele quem evitou possíveis protestos em Boston ao dar um concerto transmitido pela televisão. Apesar de nunca ter deixado de trabalhar ocorreram vários episódios polémicos que puseram em causa a sua carreira.

Após muitos anos no activo, intercalados com entradas e saídas da cadeia, James Brown faleceu em 2006, vítima de pneumonia. No seu livro de memórias escreveu: “Outros podem ter seguido o meu despertar, mas fui eu que transformei o minstrelsy [forma de entretenimento musical entre a cultura negra] na soul negra – e ao fazê-lo, tornei-me numa força cultural”.

   

DISCOS RECOMENDADOS DE JAMES BROWN:

Live At The Apollo

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Gold

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