“Sou de uma geração em que a ambiguidade sexual e a presença do conteúdo homoerótico era vivida por muitos artistas. Veja-se o próprio , que na época não parecia nada andrógino nem atraente desse ponto de vista, e que, olhado hoje, era superandrógino, fazia charme de andrógeno, era bonitinho, parecia uma menina. Eu sou parte dessa geração em que os ídolos são andróginos”, dizia-me , deixando-me a matutar naquilo.
Aos 65 anos, sem nada para provar, estava a ser sincero quando, olhos nos olhos, admitiu que tinha perdido o narcisismo próprio de quem se sente uma beldade na flor da idade, não levando a mal a questão: “Quando tinha 23 anos aplicaram-lhe um teste psicológico cujo resultado final foi “homossexualismo latente; identificação feminina e identificação da figura da mulher”.
Como vê estes resultados? Ele, que diz que responde a rigorosamente tudo o que lhe perguntam, não negou: “Reconheci-me um pouco neles mas ao mesmo tempo a minha vida prática não corroborava nem confirmava esse diagnóstico”.
Delicado e sereno, não reservou a sua vida íntima, confidenciou-me que começou a namorar com a ex-esposa, Paulinha Lavigne, quando ela tinha 13 anos e que ela perdeu a virgindade no dia em que ele fazia 40, mas do que ele não gostou mesmo nada foi quando lhe lembrei que um jornal de S.Paulo tinha escrito que Caetano era assexuado. “Assexuado eu? Não. Nunca. Nem pensar. Deus me livre disso e dessa palavra. Jamais”. Calma Caetano. Desse jeito nem parece você.
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