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Rui Massena: um músico clássico, único e original em Portugal

Rui Massena: um músico clássico, único e original em Portugal

by Gonçalo Sousa

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São raras as figuras da música clássica a tornarem-se artistas de referência no universo da música popular. Em Portugal, são mais raras ainda – e, hoje em dia, resumem-se a um único nome: Rui Massena.

Divulgador incansável da música erudita, premiado internacionalmente, maestro convidado da Sinfónica de Roma – mas também músico de enorme sucesso popular, com dois álbuns (nomeadamente Solo e Ensemble) que chegaram ao primeiro lugar dos tops, Rui Massena não faz distinções entre géneros musicais. E o seu último álbum, simplesmente intitulado III, é a melhor prova disso.

Este novo trabalho, editado em novembro de 2018, mereceu selo internacional da prestigiada Deutsche Grammophon, talvez a mais importante marca do universo da música erudita.

Com o seu piano, eletrónica elegante e subtil, novas composições e a já muito rodada Band com que Rui Massena possui uma relação quase telepática, este disco é, sem dúvida, o mais ambicioso da carreira do aplaudido compositor.

Lançado a 3 de Novembro de 2018 pela Universal Music, III é, nas palavras do seu autor, “um disco de grande avanço para mim” e também “um resumo do que fiz até agora em palco”.

Produzido pelo próprio Rui Massena e pelo cúmplice Mário Barreiros, um dos melhores produtores portugueses, III foi gravado em duas cidades.

Em BerlimRui Massena trabalhou com o produtor e técnico de captação e mistura Tobias Lehman. “A ideia foi escolher um estúdio com grande acústica, com um piano que está constantemente em uso, como um carro de fórmula 1 que está sempre a ser afinado”, no caso um piano Steinway usado habitualmente pela Filarmónica de Berlim.

   

No Porto, as gravações decorreram com a Band de cinco elementos que tem acompanhado Rui Massena em palco ao longo dos últimos doze meses. “Mas esta não é a Band que se ouviu em palco”, explica o maestro.

“Em palco, a Band era um projecto muito mais de ruptura, enquanto neste disco procurei encontrar um certo equilíbrio entre coisas que aprecio muito, juntar à minha formação clássica algo do som electrónico que se faz hoje em dia. Procurei manter a emotividade do meu segundo álbum e acrescentar um processo de fusão, electrónica e acústica. Abordei uma linguagem que desconhecia até pegar nela desta maneira e a organizar”.

A música clássica de Rui Massena em III

No essencial, III é, contudo, um disco inconfundivelmente de Rui Massena.

“Continua a ser a minha música: promove a tranquilidade que eu considero fundamental, com algo se quiser de terapêutico. Contém a emotividade que me faz vibrar e acrescenta-lhe um novo vocabulário, sons organizados de maneira desafiadora. O desafio com a Band foi descobrir novos sons, aumentar o meu léxico, tentando criar conjugações sonoras originais. E, no fim deste processo, reconheci para onde quero ir. III é um avanço na minha identidade como compositor.”

Com sete novos temas instrumentais compostos por Rui Massena e produzidos por Massena e Mário Barreiros, III foi masterizado em Nova Iorque pelo engenheiro vencedor de um Grammy Joe Laporta.

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