Bob Marley: o legado do jamaicano que mudou a música
Ao falarmos de Bob Marley temos inegavelmente de referir o facto de ser uma das maiores vozes de todos os tempos. Ainda assim não nos podemos esquecer também de que o seu êxito marcou a própria história do mundo. Ao cantar sobre temas comuns aos países colonizados, pobres e oprimidos, Bob Marley conseguiu com a sua música provocar uma séria reflexão em toda a humanidade.
Robert Nesta Marley nasceu no dia 6 de fevereiro de 1945 em Saint Ann (Jamaica). O seu pai era um capitão inglês chamado Norval Marley, que se encantou por Cedella Malcolm, uma negra de 18 anos, quando estava ao serviço da coroa britânica na ilha. O casal separou-se poucos dias depois do casamento. Ainda assim, Norval continuou a sustentar o filho durante a infância.
O jovem Bob Marley tinha 10 anos quando recebeu a notícia da morte do pai. Logo a seguir mudou-se para Trenchtown, uma das favelas mais pobres de Kingston. Estes não foram, sem dúvida, tempos fáceis para o jovem Marley. Sendo mulato numa comunidade predominantemente negra ele não era bem aceite. Essa experiência foi a inspiração para muitas das músicas que compôs nos anos seguintes, demonstrando como o seu espírito positivo e criativo transformava dificuldades em motivações.
Bob Marley: os primeiros passos com os The Wailing Wailers
Com o seu meio-irmão Bunny, Bob Marley começou a improvisar guitarras feitas de lata, tentando imitar as tendências musicais que chegavam dos EUA. Ray Charles, Fat Domino e Brook Benton eram alguns dos nomes preferidos do jovem que sonhava ser uma estrela da música R&B. Em 1963, Bob Marley formou os The Wailing Wailers ao lado de Bunny e Peter Tosh. O nome Wailing Wailers derivava de “wail”, que significa lamento, e pretendia homenagear todos os jovens que nasciam no gueto e lamentavam a situação em que viviam.
Começava a carreira da banda que iria tornar os géneros reagge, ska e rocksteady conhecidos em todo o mundo. Mas a música jamaicana apenas passou a ter uma identidade distinta e um porta-voz assumido a partir do momento em que o caminho de Bob Marley, já convertido ao movimento rastafári, se cruzou com Chris Blackwell, um jamaicano branco, que tinha fundado a editora Island Records na Jamaica ainda no final dos anos 50.
Sob a orientação de Chris Blackwell, Bob Marley e os seus Wailers alcançaram sucesso à escala global através de discos clássicos intemporais, como Catch a Fire (1973), Natty Dread (1974), Rastaman Vibration (1976), Exodus (1977), Kaya (1978), Survival (1979), Uprising (1980) e Confrontation (1983), sempre acompanhados por digressões mundiais.
Bob Marley: a música como caminho para a paz
O ritmo e exotismo da forma de cantar de Bob Marley, assim como as suas mensagens de paz e protesto social, eram bastante contrastantes com as músicas que ocupavam os tops de todo o Mundo na década de 70. Mas tornaram-se muito importantes para a cultura pacifista que proliferou à posteriori.
Após lutar activamente pela união dos políticos do seu país em prol da paz e da união da juventude, Bob Marley foi alvo de uma brutal tentativa de assassinato em 1976, sendo baleado várias vezes. Sobreviveu miraculosamente e conseguiu pouco tempo depois unir os principais opositores políticos num palco!
Após uma carreira curta mas cheia de música, viagens e emoções, Bob Marley foi diagnosticado com uma espécie rara de cancro de pele, derivada de um ferimento anterior no dedo do pé. Após receber tratamentos na Alemanha, os médicos informaram-no que não havia solução. Bob Marley, decidido a regressar à Jamaica para morrer, acabou por falecer em 1981 em Miami durante a viagem. Tinha apenas 36 anos…
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