Arctic Monkeys: aquilo que eles diziam e aquilo que eles eram
Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not foi o álbum que fez com que os Arctic Monkeys ascendessem oficialmente à categoria de jovem promessa do futuro da música, primeiro em Terras de Sua Majestade e depois na cena mundial. Neste artigo, recuamos no tempo para descobrir o disco que é em simultâneo um espelho e um reflexo da geração que viveu na primeira década do século XXI.
Com um sucesso precoce, os Arctic Monkeys deram-se a conhecer ao mundo muito graças à Internet. Mesmo antes do lançamento, já existia bastante hype em torno da banda, dada a sua participação na rede social, MySpace, e em programas de sucesso. O fenómeno foi de tal forma grande que Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not acabou por vazar na Internet, dias antes do lançamento oficial.
Apesar da pirataria informática, a quantidade de downloads ilegais parece não ter sido um impedimento à compra. Saídos de um subúrbio da cidade de Sheffield, os putos do indie rock britânico provaram que a idade nem sempre é um posto e bateram recordes: só na primeira semana, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not vendeu cerca de 360 mil unidades, estabelecendo a marca de disco de estreia mais vendido do Reino Unido.
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Arctic Monkeys: O disco de uma geração
No espaço de pouco tempo, I Bet You Look Good on the Dancefloor e When the Sun Goes Down estavam nas bocas do mundo. Com uma identidade própria, o disco parecia recuperar temas e sonoridades que há muito não eram ouvidos. Embaladas por batidas frenéticas que dão tudo menos vontade de dormir, as letras transformavam em música as vivências e preocupações da camada jovem.
Fosse num tom irritado, indiferente ou apaixonado, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not fazia referências a temas como encontros na pista de dança, amores adolescentes ou até mesmo prostituição. Correndo o risco de cair em exagero, podemos até afirmar que o disco está para os anos 2000, como Nevermind está para a década de 90.
O nome do álbum foi inspirado pelo romance Saturday Night and Sunday Morning, publicado por Alan Sillitoe, em 1958. O autor é conhecido como um dos “angry young men”, um grupo de trabalhadores de classe média que ocupavam parte do tempo com a escrita. Céticos e intrinsecamente insatisfeitos, estes homens questionavam os valores instituídos, criticando o tradicionalismo excessivo da sociedade britânica.
Arctic Monkeys: Do pub para os leitores de CD’s
As vivências pessoais serviram de repto para Whatever People Say I am, That’s What I’m Not. O álbum conta vários episódios vividos na primeira pessoa pelos elementos da banda em discotecas, pubs e clubes noturnos. Apesar do tom descontraído e informal, o disco quase que funciona como um estudo sociológico em forma de música: através dele é possível analisar o comportamento das pessoas neste tipo de espaços.
Repletas de hormonas, I Bet You Look Good On The Dancefloor, Still Take You Home, Dancing Shoes retratam com detalhe o inebriamento característico do processo de atração dos corpos. Em entrevista ao NME, o vocalista Alex Turner, afirmou que Dancing Shoes é sobre o facto de “as pessoas tentarem parecer naturais” nas pistas de dança, apesar de estarem sempre a “esconder alguma coisa”.
Ainda que o romance e a atração sejam temas comuns à maioria das canções, é em Mardy Bum, Fake Tales of San Francisco e A Certain Romance que os Arctic Monkeys mais exploram estes temas.
O retrato da vida noturna não se fica, no entanto, por aqui. As confusões em que os elementos da banda se envolveram também foram retratadas: Red Light Indicates Doors Are Secured, por exemplo, fala de uma aventura inebriada num táxi, no caminho para casa.
Por sua vez, em When The Sun Goes Down, segundo single da banda, encontramos aquele que é o tema mais sério de Whatever People Say I Am, That’s What I Am Not. Como se de uma reportagem se tratasse, a canção aborda a prostituição no subúrbio de Neepsend de Sheeffield, descrevendo detalhadamente o meio envolvente e o comportamento da própria prostituta.
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