No dia em que David Bowie partiu o mundo parou por breves momentos, incapaz de absorver a notícia tão abrupta acerca da morte do artista “camaleão”.
No entanto, enquanto todos os fãs choravam a perda de uma estrela, um homem pôs mãos à obra e começou a transpor para o papel um conjunto de memórias impulsionadas por emoções. Esse homem foi Rob Sheffield, editor da Rolling Stone, que dado a sua posição profissional e amor pela música acompanhou sempre de perto a evolução artística do camaleão do rock.
Como muitos outros, o escritor descobriu a morte de David Bowie depois de um telefonema. “Já viste as notícias?”, perguntou-lhe um amigo do outro lado do telefone.
Assim que foi ver o que se estava a passar, lançou-se na produção de obituário a Bowie que foi publicado no site da revista Rolling Stone na manhã seguinte. O seu texto era, como dissemos acima, uma compilação de memórias que prestavam homenagem à vida e carreira de Bowie.
O livro em questão não se tratava exatamente de uma biografia a David Bowie. Como os fãs do artista saberão, existem já à venda muitas biografias ao artista de Blackstar. Era mais algo que como “uma carta de amor a Bowie, uma celebração das suas vidas e música”, disse Sheffield no seu livro.
O livro On Bowie aprofunda algo muito diferente: a história de um relacionamento pessoal. O livro faz um cruzamento dos anos de vida do artista britânico sem ter medo de expressar uma opinião negativa na relação do autor com este ou aquele disco, esta ou aquela opção.
Procurando decifrar atitudes, comportamentos, opções e as estratégias de Bowie, Rob Sheffield expõem-nas e tenta interpretá-las, tentando assim decifrar o enigma do camaleão. Uma tentativa, sim, que apesar de difícil Rob Sheffield acaba por conseguir com razoável mestria.
Sobre Bowie é assim um percurso reflexivo que prefere explicar as várias faces de Bowie e o modo como o tempo as moldou e, por sua vez, cada uma delas causou impacte e descendências.
Mas atenção: o livro não se apresenta como uma sequência de factos, mas sim memórias distribuídas por vários períodos que são recordados conforme o autor considera pertinente. “É uma reflexão sobre o que ele significa hoje e porque é que a sua morte nos atingiu com tanta força”, afirma Rob Sheffield nas primeiras páginas. Está longe de ser a típica biografia.
Como mencionamos acima, Rob Sheffield é editor da revista Rolling Stone, onde tem escrito sobre música, televisão e cultura pop desde 1997. Sheffield é igualmente o autor dos bestsellers internacionais Love Is a Mix Tape, Talking to Girls About Duran Duran e Turn Around Bright Eyes.