E ao terceiro dia… a rockalhada que se impunha! Os britânicos Black Midi, com apenas um álbum no currículo editado este ano, foram abrasivos, explosivos e contagiantes quanto baste para se perfilarem no lote restrito dos grandes concertos da edição 2019 do Vodafone Paredes de Coura.
«Schlagenheim» é o título do álbum de estreia dos londrinos no qual basearam a sua actuação no Palco Vodafone.fm.
Foi um daqueles concertos de plateia (leia-se, tenda) cheia, em que se começa a ver a coisa lá de atrás, mas em que uma força de atracção te puxa, cada vez com mais força, para perto do palco e para o seio da massa humana.
Guitarras desvairadas e ritmos intensos fizeram do concerto dos Black Midi um momento único do terceiro dia de PdC’19.
Mosh, crowdsurfing e muita animação entre o público compuseram o ramalhete, com destaque para a camisola amarela do vocalista Geordie Greep e para o ciclone Morgan Simpson na bateria.
Ainda os Black Midi levavam o público ao rubro, no palco principal Deerhunter iniciava mais uma brilhante performance. É sempre um gosto ouvir a sonoridade deste colectivo norte-americano encabeçado por Bradford Cox.
Mas seria a seguir que se viveria mais um dos momentos fantásticos desta edição 28 de Coura – que, diga-se, tem tido bastantes – com os Spiritualized em palco.
Palavras há muitas para descrever a viagem musical e mental que Jason Pierce e os seus rapazes proporcionam, mas serão sempre poucas para expressar o efeito sobre quem a faz e isso notou-se na multidão que se espalhou pelo anfiteatro natural.
Um momento de enorme devoção, em que as gentes se entregaram de alma e coração à viagem espacial e de paisagens profícuas. Um must!
Nota ainda para as prestações de Jonathan Wilson e dos Balthazar, às quais este vosso escriba vigiou passageiramente.
Neste terceiro dia notou-se uma ligeira quebra de público, pelo menos a movimentação no recinto era mais fácil, mas a organização aponta para as 26 mil pessoas por dia.
De referir ainda que as áreas no recinto foram, uma vez mais, melhoradas e voltam a ser um exemplo para outros festivais… campestres!
Fotos: Sofia Salgado Mota