O regresso de Jack Johnson através de um novo disco é um dos acontecimentos musicais mais saudados de 2017 aqui no Blog Mundo de Músicas. Ícone dos cantautores folk rock das últimas duas décadas, o músico do Havaí mantém alta popularidade e um público fiel devido sobretudo à sua qualidade enquanto músico, mas também como artista multi-facetado com fortes preocupações sociais e ambientalistas. E o seu novo álbum All the Light Above It Too volta a refletir o espírito invocativo de um mundo melhor através de um conjunto de canções luminosas.
Ausente dos palcos desde o final da digressão em 2014, o cantor, surfista e ativista Jack Johnson esteve ocupado na concretização de outro tipo de projectos. Em Fevereiro de 2017 apresentou o seu novo documentário, intitulado The Smog of the Sea. O filme foi co-produzido pelos surfistas Kim Johnson, Emmett Malloy e Jack Johnson, sendo realizado por Ian Cheney.
Acompanhado por um grupo de cientistas, ativistas e surfistas, Jack Johnson visitou várias partes do oceano para realizar a recolha de dados sobre as partículas de plástico nas águas marítimas.
As expedições e os resultados constituem o epicentro do documentário, que pretende sobretudo alertar para um dos problemas mais seriamente prejudicam os ecossistemas aquáticos. Com duração de meia hora, o documentário The Smog of the Sea está disponível online no site oficial do filme.
Criada por Jack Johnson e pelo compositor Simon Beins, a banda-sonora do documentário, que incluía a canção Fragments, foi uma espécie de preâmbulo para o novo disco lançado em Setembro de 2017.
Tal como o documentário, também o disco All the Light Above It Too é uma tentativa de Jack Johnson contribuir para a transmissão de uma mensagem contra o desperdício de plástico e da protecão do meio ambiente em geral. E ele tem as suas razões pessoais para isso:
“Todas as vezes que estou no mar como surfista, vejo a quantidade de plástico que se junta e cada vez está mais colorido. E depois de um concerto, eu olho para o recinto vazio e é também um mar de plástico — ou seja, a indústria musical da qual faço parte está a contribuir em grande escala para este problema. Eu sinto uma responsabilidade”, justificou Jack Johnson de forma eloquente, abordando um problema da indústria musical, tal como os Pearl Jam e outros artistas musicais manifestarem recentemente.
Com mais de 6 milhões de seguidores no Facebook e 4,6 milhões no Instagram, Jack Johnson é sem dúvida um personagem autêntico e raro no Mundo da Música, que funciona como uma espécie de anti-herói dentro do estrelato internacional dos holofotes.
Felizmente para todos os seus milhões de fãs espalhados pelo planeta que ele tanto adora, o novo disco volta a ligar esta enorme comunidade através da música e da arte. A viver em Oahu, no Havaí, Jack Johnson sentiu-se mais uma vez no ambiente perfeito para criar novamente uma coleção de músicas universais porém pessoais, intimistas e transmissíveis sobre os laços familiares, o ambiente e a natureza. E assim floresceu All the Light Above It Too, um disco onde evidencia o talento, criatividade e simplicidade que pautou toda a sua carreira musical.
Acompanhado pelos parceiros habituais, Jack Johnson toca guitarra acústica e guitarra elétrica, mas também bateria e piano. Os restantes membros Adam Topol (bateria e percussão), Zach Gill (piano e acordeão), Merlo Podlewski (baixo) e Robbie Lackritz (sintetizadores) acompanharam o cantor em algumas músicas apenas.
Desta vez, Jack Johnson teve inclusive a ajuda na fase inicial do produtor brasileiro (e parceiro dos Beastie Boys) Mario Caldato Jr, que no estúdio do músico havaiano localizado a escassos metros de casa, denominado Mango Tree Studio, ajudou a registar os 11 temas que posteriormente foram terminados em Los Angeles, no estúdio Solar Powered Plastic Plant, também de Jack Johnson, que grava toda a sua música com energia solar.