As músicas de Prince estão de volta às plataformas de streaming
O falecimento do artista norte-americano apanhou o mundo de surpresa após a notícia repentina em abril de 2016. Com 57 anos, Prince encerrou a sua vida com uma carreira marcada por excentricidades, um estilo muito próprio e músicas icónicas que ficarão para sempre no nosso ouvido. É o caso de Purple Rain, Little Red Corvete e ainda I Wanna Be Your Lover.
Todavia, como os fãs do artista saberão, Prince sempre foi algo intransigente com certas “modernices”. A Internet, por exemplo, foi um meio que o artista sempre olhou com alguma desconfiança, impondo limites muito rígidos para a publicação do seu trabalho em plataformas como YouTube (até à data da sua morte eram poucos os videoclipes de Prince disponíveis no site) e, claro, as plataformas de streaming.
“O que quis dizer foi que a Internet acabou para quem quer ser pago, e estava certo sobre isso”, disse Prince ao jornal The Guardian, esclarecendo um comentário que tinha feito anteriormente sobre o meio digital. “Diga-me um músico que enriqueceu com vendas digitais.”
No entanto, mais de meio ano passado desde o desaparecimento de Prince, o seu catálogo musical chega às plataformas de streaming. Desde o dia 12 de fevereiro que pode ouvir os álbuns do artista no Spotify e Apple Music, após o catálogo de Prince ser apenas um exclusivo do TIDAL.
A guerra das plataformas de streaming pelas músicas de Prince
Estamos em junho de 2015 quando Prince decide tirar a sua música dos principais serviços de streaming. No entanto, cerca de um mês mais tarde, e após algumas reuniões com Jay-Z, o artista concordou em ceder os direitos de transmissão do seu trabalho “Baltimore” e do LP Hit n Run, bem como os direitos exclusivos streaming do seu catálogo, ao TIDAL.
“Depois de uma reunião, era óbvio que o Jay Z e a equipe que reuniu no Tidal reconhecem e aplaudem o esforço que os verdadeiros músicos põe na sua arte para conseguirem o melhor que podem neste momento crucial da indústria da música”, disse Prince em declarações à imprensa na altura em que assinou contrato com a TIDAL.
Todavia, a morte do artista veio questionar de novo se as músicas de Prince não poderiam ser de facto publicadas noutras plataformas de streaming. Uma vez que não deixou a sua propriedade a herdeiros especificado, todo o seu espólio foi colocado sob a administração de um banco de Minnesota, que gere a fortuna e legado de Prince em conjunto com os seus irmãos. Terão sido estes a chegar a um acordo com a Universal Music para a publicação do trabalho do artista
A fissura na relação entre a propriedade de Prince e a TIDALfoi mais exposta em novembro, quando os dois lados foram a tribunal para determinar se a TIDAL detinha ou não os direitos exclusivos do catálogo digital de Prince após a morte do ícone. Numa ação separada, os representantes de Prince processaram a TIDAL por transmitir 15 álbuns de Prince sem permissão.
A propriedade do artista também argumentou que a TIDAL nunca teve um acordo de exclusividade com Prince por escrito. Por outro lado, a TIDAL acusou a propriedade de Prince de negociar secretamente com outros serviços de streaming.
Após a aquisição dos direitos de publicação da Prince, a propriedade reabriu o diálogo com serviços como Spotify e Apple Music, com o objetivo de reintroduzir o catálogo a tempo para os Grammys. A Amazon Music e o iHeartRadio também confirmaram que a música do catálogo de Prince ficaria disponível nos seus serviços.
Antes de qualquer acordo entre os serviços de streaming e a propriedade ter sido oficialmente anunciado, o Spotify não tão suBtilmente começou a publicitar a chegada do catálogo de Prince, no final de janeiro, aprovando uma série de cartazes com a cor roxa na estação de metro de New York Union Square.