A noite dos Óscares decorreu na noite do dia 26 de fevereiro e trouxe algumas surpresas que ninguém antevia (que mesmo assim prometem marcar a história da Academia), assim como confirmações que se davam quase como certas.
Após o sucesso que o filme La La Land tem arrecadado desde a sua estreia no Venice Film Festival, no final de agosto de 2016, já era dado como certo que venceria certas estatuetas douradas na noite dos Óscares. Afinal de contas, tinha arrecadado já 7 Globos de Ouro – incluindo o de melhor filme e realizador – o que por si só era um bom sinal. Ainda assim, o caminho não foi propriamente fácil e a “grandeza” antevista para o filme acabou por ficar aquém das expectativas, terminando mesmo de uma forma bastante chocante.
Antes de mais, façamos uma breve introdução ao enredo (sem spoilers!). O filme segue a história de Mia, uma barista e aspirante a atriz, que vive em Los Angeles e sonha por um futuro como grande estrela em Hollywood. O seu caminho cruza-se inevitavelmente com o de Sebastian, um pianista de jazz, que tem os seus próprios sonhos relacionados com o mundo da música e se vê forçado a seguir caminhos que não quer trilhar para conseguir construir um futuro. Partindo de uma premissa simples, o filme apresenta aos espectadores uma ode musical que é em si mesma uma homenagem a Hollywood.
La La Land – com a interpretação de Ryan Gosling e Emma Stone nos papéis principais – recebeu assim 14 nomeações para os Óscares. Este era um número que batia em si mesmo um recorde, já que se igualava ao Titanic no número de nomeações. Enquanto muitos torciam para que La La Land alcançasse mais de 11 Óscares – suplantando o filme de James Cameron – a noite cedo foi mostrando que tal ambição seria impossível quando estatuetas douradas começaram a ser entregues a outros filmes nas categorias técnicas.
Gostava de ouvir as músicas do filme? banda sonora já se encontra editada em Portugal e no Brasil. O disco inclui as composições originais deste musical, escritas e orquestradas por Justin Hurwitz, temas interpretados pelo elenco e protagonistas do filme, Ryan Gosling e Emma Stone e ainda a canção “Start A Fire”, interpretada por John Legend.
Como dissemos acima, La La Land não terminou a noite de forma propriamente agradável. Como habitual, a entrega do prémio de Melhor Filme foi reservada para o final da noite. No momento de anunciar o vencedor da estatueta mais desejada da cerimónia, o ator Warren Beatty abriu o envelope, fez uma pausa e, após alguns segundos de silêncio, foi Faye Dunaway quem avançou para o microfone e anunciou La La Land como o grande vencedor.
A Academia não hesitou em lançar a festa. A orquestra tocou uma das canções do musical, ouviram-se palmas, toda a equipa do filme subiu ao palco e foram feitos os discursos de agradecimento. No entanto, enquanto os discursos chegavam ao fim, começou-se a ver tumulto em segundo plano: membros da equipa da Academia passavam envelopes vermelhos e falavam entre si. Era claro que se estava a passar alguma coisa.
A confirmação do pior chegou quando um dos produtores, que discursava nesse momento, rematou o discurso com: “Nós perdemos, já agora”. Logo de seguida assumiu um ar mais sério e esclareceu a audiência: “O vencedor é Moonlight. Não estou a brincar, o Óscar é vosso”. O momento de constrangimento e confusão foi sucedida pela subida da equipa de Moonlight ao palco para receber os Óscares que tinham acabado de ser entregues a La La Land.
Moonlight – que conta a história de um rapaz afro-americano durante 3 momentos da sua vida – acabou por levar para casa o prémio mais importante da noite, tal como os Óscares para Melhor ator em papel secundário (Para Mahershala Ali) e Melhor argumento adaptado. Há semanas que os críticos de cinema debatiam que estes eram os dois principais candidatos à categoria em questão, pelo qual este imprevisto veio sem dúvida acrescentar drama e tensão ao momento.