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Marvin Gaye: a música como salvação eterna

Marvin Gaye: a música como salvação eterna

by Eduardo Aranha

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Não há voz ou música como a de Marvin Gaye: a forma como cantava, tão suave e gentil, deu forma a êxitos únicos e marcantes que ainda hoje tocam na rádio. Sempre muito consciente de tudo o que se passava à sua volta, Marvin Gaye procurou extravasar os seus sentimentos para a música, construindo assim um legado único que perdura até aos dias de hoje.

Infelizmente, essa obra não é ainda maior porque a sua caminhada de sucesso teve um final abrupto trágico. Nesse dia fatal que nos impediu a todos de continuar a desfrutar de novas canções do génio criativo por detrás de temas icónicos como Let’s Get it On e Sexual Healing, perdeu-se o homem. Mas as suas músicas ficaram para sempre.

Marvin Gaye nasceu a 2 de abril de 1939, em Washington (EUA), filho do pastor Marvin Gay Sr. e de Alberta Gay. A igreja teve, por isso, um papel importante no crescimento do pequeno Marvin e foi aí que, aos 4 anos, começou a participar no coro. O pai normalmente acompanhava-o com acordes no piano, incentivando inconscientemente o amor de Marvin Gaye pela música.

Marvin Gaye: ascensão e queda sob a violência paterna

Mais tarde, quando frequentava a escola, foi incentivado pela família e amigos a seguir uma carreira musical após uma atuação intensa. Mas, conforme revelou anos mais tarde, a música tinha-se tornado mais do que uma ambição profissional: dava-lhe sobretudo força para encarar o que se passava em casa. O pai de Marvin sujeitava a família a maus tratos, nomeadamente a chicoteadas brutais, tendo marcado o espírito do jovem cantor para toda a vida.

Entretanto, Marvin Gaye juntou-se a diversos grupos vocais durante a sua passagem pela escola secundária. Quando a sua relação com o pai piorou, foi expulso de casa e alistou-se nas Forças Aéreas Norte-Americanas, algo de que se arrependeu mais tarde. (Para se livrar do exército fingiu ter uma doença mental e acabou por ser dispensado!)

O regresso foi então marcado pela formação do quarteto The Marquees. Embora o grupo tenha atuado várias vezes em Washington, o single da banda não teve grande sucesso. Os The Marquees acabam por se desfazer em meados de 1960.

Por esta altura, Marvin Gaye já compunha as suas músicas e pretendia seguir a sua carreira a solo. A oportunidade não tardou a chegar: no mesmo ano em que os The Marquees terminaram, Gaye assina o seu contrato com a editora Tamla.

O primeiro single Let Your Consciente Be Your Guide, lançado em 1961, não encontrou o sucesso esperado mas a editora não desistiu de Marvin. Aceitando empregos esporádicos como baterista para os The Miracles e os The Marvelettes, Marvin pôs em prática o seu talento. Em 1962, ajudou a compor o hit Beechwood 4-5789 dos Marvelettes. Nesse mesmo ano, lançou outro single, Stubborn Kind of Fellow, e chega ao número 8 da tabela de R&B. Daí para a frente, o seu sucesso continuou a crescer exponencialmente.

Aos 44 anos, após ter lançado 17 álbuns de estúdio, Marvin Gaye morre inesperadamente, para grande choque dos seus fãs. Na véspera do seu aniversário, a 1 de abril de 1984, interfere numa discussão entre o pai e a mãe, acabando por ser mortalmente alvejado pelo progenitor.

DISCOS RECOMENDADOS DE MARVIN GAYE:

What’s Going On

   

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Let’s Get It On

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Here, My Dear

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The Best of Marvin Gaye (Motown Anthology Series)

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Comments

  • 08 November, 2017

    Marvin era um músico de primeiro nível.Seu trabalho foi brilhante.Mercy Mercy me e What going on são obras brilhantes que com certeza marcaram o mundo música em seus tempos áureos.Pena ter sido morto tão precocemente e de forma tão cruel.Mas que seu trabalho sirva de exemplo para novas bandas desse estilo maravilhoso que é o Funk verdadeiro.Valeu Marvin.

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