Ela é uma das novas estrelas do panorama musical português. Apesar de muito jovem (22 anos), Deolinda Kinzimba afirmou este ano a sua identidade musical madura com o primeiro disco de título homónimo, após brilhar na televisão ao vencer o programa The Voice em 2015.
Na verdade, sempre que algum novo talento brilha com intensidade no grande ecrã em concursos deste género, ficamos habitualmente à espera que posteriormente essas qualidades sejam exploradas numa carreira em nome próprio. Mas são poucos os casos em que isso acontece.
Felizmente para a música nacional, o caso de Deolinda Kinzimba encontra-se no mesmo nível de outros artistas, como Filipe Pinto e Diogo Piçarra, cuja porta de entrada nos lares de Portugal foi também a televisão, mas que trilharam carreiras de sucesso após a participação em concursos musicais.
Por isso mesmo, o Mundo de Músicas foi falar com ela, para sabermos em primeira mão quais as suas impressões sobre as experiências que tem acumulado, mas também para conhecermos a sua opinião sobre o primeiro disco, a importância da música e as expectativas para 2018.
Mundo de Músicas (MM): Primeiro de tudo muitos parabéns pelo lançamento do teu primeiro disco de título homónimo. Ficamos surpreendidos pela qualidade e, sobretudo, autenticidade do disco. Na nossa opinião, a tua juventude contrasta claramente com a tua serenidade, responsabilidade e maturidade, que fica bem vincada na tua identidade musical. Qual é a explicação para seres tão bem sucedida?
Deolinda Kinzimba (DK): Posso dizer que é fazer tudo com amor e muita dedicação, mas o mais importante é ter fé e confiar em Deus.
(MM): Como tens lidado com a exposição pública suscitada pelo triunfo no programa The Voice em 2015?
(DK): Felizmente agora tenho lidado bem com isso, no princípio foi um pouco mais difícil, visto que a partir do momento em que se começa a aparecer existe sempre a possibilidade de receber das melhores declarações de amor pelo meu trabalho, como também os comentários mais infelizes. Mas agora moldei-me para focar naquilo que verdadeiramente importa e traz boas energias.
(MM): O que sentiste depois de levares a Marisa Liz às lágrimas com a tua interpretação do tema “I Have Nothing” da Whitney Houston?
(DK): Senti-me emocionada, foi uma grande prova de que a música tem o grande poder de tocar os nossos corações de uma forma que é até impossível explicar com palavras.
(MM): A experiência adquirida num programa da televisão visto por milhões de pessoas ajudou na gravação do teu primeiro álbum?
(DK): Com certeza, aprendi muita coisa enquanto estive no programa e tive a oportunidade de crescer mais um pouco como artista. Posso dizer que o the voice me abriu os olhos para enxergar um mundo completamente novo.
(MM): E a participação no Festival da Canção 2017 com o tema “O Que Eu Vi Nos Meus Sonhos”, uma canção da autoria de Rita Redshoes e Senhor Vulcão, foi um outro momento de aprendizagem?
(DK): Sim, foi mais um momento de aprendizagem e sinto-me agradecida por poder trabalhar com uma artista tão amável como a Rita.
(MM): Como descreves a experiência de entrares na versão portuguesa do popular filme de animação “Cantar!”, sendo um filme destinado a propagar o gosto pela Música entre as crianças?
(DK): Foi mágico, quem me conhece bem sabe que adoro crianças e poder trabalhar em algo para deixá-las felizes foi muito importante para mim. Espero poder repetir a experiência porque foi muito lindo, amei.
(MM): Além de Mariah Carey e Whitney Houston, quais são as outras referências musicais sentes que também influenciam o teu trabalho?
(DK): Tenho também influências de cantoras como Phyllis Hyman, Minnie Ripperton, Selena Quintanilla, Manhalia Jackson e cantores, como é o caso de Bobby Brown, Michael Bolton, Luther Vandross, Lionel Ritchie, entre outros.
(MM): Quem mais admiras na música de língua portuguesa?
(DK): Admiro bastante a Sara Tavares, mulher cheia de luz e com uma voz super linda.
(MM): Imaginas um dia sair do território do R&B, Soul, Pop e Kizomba para outro género musical distinto?
(DK): Não sei, mas a vida é feita de novas experiências e quem sabe um dia aconteça.
(MM): Sentes que cumpres algum tipo de missão quando cantas?
(DK): Sim, a missão de transmitir paz, amor, esperança e fé a todos os que me ouvem.
(MM): Consegues descrever a importância da Música para a tua vida?
(DK): A música é o ar que eu respiro, é o meu antidepressivo quando tudo se torna mais pesado, é o que me dá paz e me motiva a acreditar no meu valor.
(MM): E o estudo do Direito ficou colocado de parte, ou continuas com o curso?
(DK): Felizmente continuo com o meu curso, não pretendo desistir, porque acredito firmemente que conhecimento não ocupa espaço e é sempre uma mais valia para mim estando nesta indústria.
(MM): Tens projetos para atuar em Angola ou em África?
(DK): Tenho estudado meios de poder levar o meu trabalho tanto para Angola, como também para os outros países.
(MM): Sabemos que vivias na Tanzânia, mas como é a tua relação com Angola, agora que parece que os tempos estão a mudar com a nova liderança do país?
(DK): Eu amo o meu país, foi lá que eu cresci e espero que todas as mudanças sejam para melhor.
(MM): O que esperas que te aconteça a nível profissional em 2018?
(DK): Espero que o meu trabalho seja mais reconhecido, e que mais pessoas possam conhecer e desfrutar de tudo o que tenho para oferecer.