Continua a ser surpreendente que, numa realidade onde as plataformas de streaming de música crescem de dia para dia, a venda da música em vinil gerou 2,8 milhões de euros em apenas uma semana no Reino Unido.
De acordo com uma notícia da BBC em 2016, pela primeira vez, numa semana foi gasto, no Reino Unido, mais dinheiro na compra de álbuns de vinil do que em ficheiros de música digital. Para a Associação de Retalhistas do Entretenimento da Grã-Bretanha, as vendas de música em vinil renderam à indústria discográfica o valor recorde de cerca de 2,8 milhões de euros em 7 dias, enquanto os downloads digitais ficaram perto, mas não chegaram a atingir os 2,5 milhões de euros no mesmo período.
Por essa mesma razão, não é surpreendente que a Sony tenha anunciado que vai voltar a fabricar discos de vinil, após ter cancelado a produção em 1989, devido ao aumento da procura global pelo suporte analógico.
A Sony Music Entertainment, o braço musical do gigante tecnológico, com sede em Tóquio, decidiu regressar à produção de vinis durante o exercício em curso em duas das suas fábricas localizadas no Japão. Esta foi uma informação confirmada por uma porta-voz da empresa em declarações à imprensa, sem adiantar o volume de produção previsto.
A empresa japonesa interrompeu o fabrico dos discos de vinil para uso doméstico em 1989, devido à crescente quota do mercado musical conquistada pelos CD, formato físico digital que a própria Sony ajudou a desenvolver e começou a distribuir em 1982.
A Sony espera assim adaptar-se ao renascimento atual que vive o vinil, graças às vendas de álbuns em segunda mão e ao crescente número de lançamentos no velho suporte analógico.
Além disso, a Sony instalou um novo estúdio de gravação no centro de Tóquio especialmente concebido para produzir os ‘masters’ a partir dos quais vão ser geradas as cópias em vinil, e aproveitar melhor a qualidade deste formato, segundo a porta-voz.
No ano passado, as vendas de discos de vinil no Japão atingiram as 800 mil unidades, oito vezes mais do que em 2010, indicam dados da indústria musical japonesa.
Esta tendência tem sido observada noutros pontos do mundo, como no Reino Unido, onde, no passado, as vendas dos vinis chegaram a superar as da música em formato digital, ou nos Estados Unidos, onde foram vendidos 17,2 milhões de discos em 2016.
Além disso, a companhia instalou um novo estúdio de gravação no centro de Tóquio concebido especialmente para produzir os “masters” dos quais serão geradas as cópias em vinil e aproveitar melhor a qualidade desse formato, segundo a porta-voz.