Franz Ferdinand: como aplicar o crowdsourcing à música
Por norma, antes de uma banda de rock atuar perante uma vasta audiência, costuma haver uma outra banda a aquecer o público para o “prato principal”. Sendo nomes mais pequenos do que a cabeça de cartaz, estas bandas de abertura nem sempre recebem os aplausos da audiência, servindo muitas vezes de som ambiente.
Há muitas razões para que uma banda não resulte na abertura de um espetáculo. O problema mais comum é mesmo a diferença entre os estilos musicais e estéticos do grupo. Ao não conseguirem aquecer o ambiente, estas bandas podem chegar mesmo a repelir a audiência que só regressará na altura em que o grande nome surgir no palco. Resultado: duras críticas à organização.
A banda escocesa Franz Ferdinand reconheceu este problema nos seus concertos e decidiu que era uma excelente oportunidade para fazer algo diferente, que envolvesse o contacto com os fãs. Neste post, contamos-lhe toda a história.
Franz Ferdinand: crowdsourcing como solução
Tudo aconteceu nas vésperas da digressão que a banda fez pelo Brasil. Estávamos, então, em 2010 e a banda procurava interagir mais com os seus fãs. Ao longo do tour pelo Brasil, passariam por grandes cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e, claro, Brasília. Como tal, era necessário assegurar que a banda de abertura servisse de mais do que música de fundo. Para isso, utilizaram um método que apelava à participação.
Ao pegarem no conceito de crowdsourcing – procurar uma solução entre a comunidade -, os Franz Ferdinand construíram um website para todas as bandas locais que estivessem interessadas em fazer a abertura do concerto. Para isso, bastava fazer o registo e enviar o URL do perfil do MySpace.
Como seria de esperar, a resposta foi massiva: ao todo, a banda recebeu mais de 200 mil inscrições, sendo que ficou a seu cargo a escolha do grupo que mais se adequava ao seu estilo musical. No final, o resultado foi muito positivo: os fãs aplaudiram a escolha e a digressão acabou por ser um sucesso.
O crowdsourcing é um conceito que designa o processo de obtenção de conteúdos de um determinado grupo, através da Internet. A própria palavra divide-se nos termos “crowd” (multidão) e “sourcing” (abastecer). Por outras palavras, em vez de ter o trabalho de fazer um estudo difícil e demorado sobre as bandas que poderiam abrir o concerto, a organização optou por pedir ajuda aos fãs e assim facilitar o processo.
O caso vem mostrar a importância crescente de que ser músico não é só saber tocar instrumentos ou ter uma enorme base de fãs. No contexto atual, é preciso saber ouvir a audiência e ir ao encontro aos seus interesses. Afinal, a música também é um mercado – por sinal, um dos mais exigentes e competitivos.
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