VODAFONE PAREDES DE COURA (DIA 2): Música com timbre e mosh à solta no Taboão
Ainda na ressaca da fantástica noite de rock gutural do dia inaugural, o segundo dia da edição 25 do festival Paredes de Coura (PdC) foi estranho. A sensação foi um pouco parecida com aquela que (se diz que) as bandas sentem na feitura do segundo álbum depois de uma estreia de sucesso na edição discográfica.
Estavam ainda (estão ainda) bem frescas as memórias de véspera quando este vosso escriba abordou o dia 2 do PdC’17, já os Car Seat Headrest evoluíam em palco, num dos bons concertos da noite.
Vagueando entre os dois palcos, e já sem hipótese de ver e ouvir os Nothing, foi com os Timber Timbre que encontrei, no palco Vodafone.fm, o melhor momento musical da noite. Com álbum novo na bagagem, «Sincerely, Future Pollution», o quarteto canadiano explanou o seu folk psicadélico, proporcionando um momento bastante agradável e interessante.
Outros momentos do VODAFONE PAREDES DE COURA (DIA 2)
Entretanto, no palco Vodafone, o rapaz King Krule estreava-se em Coura com uma actuação segura e de cativar a plateia. Gente, muita gente que não quis perder o concerto do menino prodígio do indie rock. O londrino, que completa 23 anos na próxima semana, apresentou-se em palco com mais cinco músico e fez as delícias da malta. Rapaz com cara de menino, musicalmente é um senhor.
Com a actuação de King Krule quase a terminar, no outro palco os HO9909 davam início ao que mais pareceu uma descarga eléctrica em forma de música. A agressividade sonora e a muita agitação em palco acabou por contagiar a plateia, que logo se traduziu em mosh, afinal o que os fãs de Coura tanto gostam e não abdicam.
Aliás, já com Car Seat Headrest a coisa tinha pegado e atingiu o ponto alto já com os At The Drive-In. Nascidos em El Paso no mesmo ano que o festival Paredes de Coura, a banda norte-americana trouxe até ao Taboão o seu pós-punk eléctrico e ofegante. O pessoal gostou, curtiu e é para isso que ali está.
Já sem muita mais paciência e capaz de chamar um táxi para a Curraleira, foi cansado e a pensar nos dois dias que ainda aí vêm, cheios de rock, Sol q.b. e muita água fria do rio Coura, que deixei o recinto… ainda faltava Nick Murphy, antes conhecido por Chet Faker.
Água fria do rio Coura sim, mas longe da enxurrada de barcos, barquinhos e plataformas, cisnes, unicórnios e demais bóias de todos os feitios e formatos que entopem as margens na praia fluvial do Taboão.
Vá, eu só quero mergulhar… de dia no rio e à noite nas malhas do rock!
A grande maioria das fotos desta crónica foram cedidas gentilmente pelo Hugo Lima, a quem agradecemos o espírito de partilha, e por isso mesmo publicamos em baixo mais algumas excelentes imagens! Se queres conhecer melhor o seu trabalho, o site dele é este aqui em http://www.hugolima.com/