Jeff Buckley: um artista intenso, dramático e imortal
Entre todos os artistas referidos neste blog, Jeff Buckley é provavelmente o que tem menos canções para sustentar a opinião de que ele é merecedor de um lugar entre as vozes que mudaram a música. Apesar de ter gravado pouco, o que Jeff Buckley deixou para trás é mais do que suficiente para ser considerado um dos melhores vocalistas de todos os tempos.
Importa por isso relembrar que Jeff Buckley teve uma carreira musical muito curta, que contou com o lançamento de um único álbum em vida, mas ainda assim também foi escolhido pela revista Rolling Stone como um dos melhores cantores de sempre.
Após uma morte prematura e inesperada, deixou para trás um legado musical que inspirou e continua a influenciar novas gerações. Mas não é por essa razão que Jeff Buckley é respeitado de forma unânime e idolatrado.
Ele é considerado um dos expoentes máximos da arte de cantar porque a sua voz era extraordinariamente bonita, a sua entrega às canções era arrebatadora e intensa, além da sua musicalidade ser emocionante.
Se nunca ouviu a versão da canção Hallelujah de Leonard Cohen pela voz de Jeff Buckley prepare um lenço de papel para limpar os olhos antes de meter a música a tocar. É simplesmente um dos registos mais impressionantes da arte contemporânea!
Jeff Buckley: o pai e a primeira guitarra
Natural do estado da Califórnia, Jeff Buckley nasceu em 1966 e era o único filho de Mary Guibert e Tim Buckley, também ele um famoso cantor dos anos 60 com obra reconhecida e apreciada. No entanto, o pai esteve sempre ausente e Jeff não assumiu o seu verdadeiro nome nos primeiros anos de vida.
Tim Buckley tinha lançado uma série de álbuns de jazz e folk pela altura em que faleceu com uma overdose. Por esta altura, Scott Moorhead (com aproximadamente 10 anos de idade) decide que está na hora de adotar o verdadeiro nome e assume-se como Jeff Buckley, em homenagem ao pai e ao seu legado.
A música corria nas veias da família. A mãe sabia tocar piano e violoncelo, enquanto o pai era ele próprio uma referência musical da época, tendo uma discografia vasta e rica que foi herdada por Jeff Buckley. Todavia, foi o padrasto que o introduziu às suas maiores referências musicais, como os Led Zeppelin, Queen, Jimi Hendrix, The Who e Pink Floyd.
Aos 4 anos, Jeff encontrou no guarda-roupa da avó a guitarra onde aprendeu a tocar. Não é difícil perceber de onde veio a motivação para seguir a vertente musical no futuro. Na escola começou a tocar numa banda de jazz e a desenvolver um interesse especial pelo rock progressivo.
Jeff Buckley: Grace e morte por afogamento
Na ausência de melhores oportunidades, aceitou trabalhar num hotel, enquanto compunha novas músicas e procurava uma oportunidade que surgiu pouco depois. Em 1993, ao lado do baixista Mick Grøndahl e do baterista Matt Johnson, passou uma semana a gravar o histórico álbum Grace.
Ao chegar ao mercado no ano seguinte, as vendas arrancaram lentas, mas 2 anos mais tarde o sucesso seria comprovado, chegando a alcançar disco de ouro em França, Austrália e EUA. Infelizmente, Jeff Buckley não assistiu ao sucesso universal da sua música. No dia 29 de Maio de 1997 morreu afogado no rio Mississippi, numa perda irreparável.
Embora a maioria dos fãs e críticos musicais associe a morte do artista a drogas e álcool, a verdade é que o motivo da morte foi outro: a autópsia provou que o cantor estava na posse absoluta de todas as suas faculdades mentais. O que se passou então para Jeff Buckley entrar desta forma abrupta para a imortalidade?
DISCOS RECOMENDADOS DE JEFF BUCKLEY:
Live at Sin-é (Legacy Edition)
Sketches For My Sweetheart The Drunk