E ao terceiro dia… ninguém descansou! Depois do belo aperitivo que foi a Vodafone Music Session com os Moon Duo, no centro da vila, a vontade de os ver e ouvir no palco Vodafone.FM cresceu exponencialmente e, na verdade, as expectativas não saíram goradas. É que a viagem pela arquitectura oculta do duo de Portland faz maravilhas à mente.
Os diálogos entre os teclados e demais maquinaria de Sanae Yamada e a guitarra de Ripley Johnson prendem o ouvinte, que quando se apercebe está completamente emaranhado na sonoridade escura do par norte-americano. Com álbum novo já nos escaparates, «Occult Architecture Vol. 2», Johnson e Yamada vaguearam pelo seu universo muito próprio perante uma tenda completamente cheia.
Quem também teve plateia lotada foram os Beach House. A fechar a noite no Palco Vodafone, a dupla de Baltimore deliciou todos os que esperaram pelo o derradeiro concerto do terceiro dia do 25ª Paredes de Coura, a que acresceram 35 minutos de atraso. Mesmo assim, e porque quem gosta de Beach House gosta mesmo, quem assistiu saiu satisfeito, apesar de alguns problemas técnicos pontuais.
Envoltos num manto negro de luz, Victoria Legrand e Alex Scally guiaram a plateia por um universo de electrónica suave e doce, provocando uma viagem sonhadora por entre estrelas e seres alados.
Em abono da verdade, aquilo é concerto para se assistir de olhos fechados, dando total liberdade ao espírito para que este possa conhecer novas galáxias mentais. É assim que este vosso escriba faz e tem-se dado muito bem.
Mas antes duas outras bandas encheram as medidas aos milhares de festivaleiros presentes no anfiteatro natural de Coura. No palco principal BadBadNotGood e os portugueses Octa Push.
A sonoridade jazzística dos canadianos soou a algo fresco e refrescante, ainda para mais seguiu-se-lhe o rock cru e agressivo dos Japandroids, que agarrou a plateia courense de uma maneira inesperada. Muita da juventude mais jovem ficou ali meio baralhada, mas no final a esmagadora maioria rendeu-se ao quarteto de Ontário.
Com Matthew Tavares nos teclados, Chester Hansen no baixo, Leland Whitty no saxofone e Alexander Sowinski na bateria, os canadianos «destrocaram» e improvisaram q.b. numa das melhores actuações da noite.
Já os «tugas» Octa Push foram brilhantes, transformando a tenda do palco Vodafone.FM numa pista de dança, valendo-se de uma mescla sonora em que as sonoridades africanas têm um papel de destaque. Ao duo Mushug e Dizzycutter juntaram-se em palco alguns convidados, uns em carne e osso e outros virtualmente, que deram outro colorido ao concerto.
Uma palavra ainda para os DIA 2, que protagonizaram um concerto muito energético, e para os Japandroids que proporcionaram a dose de mosh que os festivaleiros estavam a precisar neste terceiro dia.
Reveja as minhas crónicas do Festival Vodafone Paredes de Coura 2017 DIA 1 e DIA 2.
A grande maioria das fotos desta crónica foram cedidas gentilmente pelo Hugo Lima, a quem agradecemos o espírito de partilha, e por isso mesmo publicamos em baixo mais algumas excelentes imagens! Se queres conhecer melhor o seu trabalho, o site dele é este aqui em http://www.hugolima.com/