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SHUFFLE II: Limp Bizkit

SHUFFLE II: Limp Bizkit

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Álbum: Significant Other

Artista: Limp Bizkit

Ano de Lançamento: 9 Teen 90 Nine

Este nababo virou 20 Primaveras este Verão. Um nababo que faturou milhões, que meteu toda a gente a acordar com a Break Stuff e a imitar todo o palavreado (erudito, diga-se) de Fred Durst, que vertia nas inspiradas letras coisas como:

I’m too fuckin’ good
And fuckin’ proud
I’m gonna show you how
Bad it hurts to be a clown

ou, o pináculo, o cume, o zénite do liricismo sónico, Ave Durst:

What’s that, I didn’t hear you?
Shut the fuck up!
Come on a little louder
Shut the fuck up!
Everybody N 2 Gether now
Shut the fuck up!
What? What?

Considerando esse mundo pré-11 de Setembro (ou seja, “we will Not hunt them down”) havia muita raiva em Fred Durst e amigos (a banda instrumentalmente até se comia; o baixista era um monstro e o baterista servia para o efeito).

Limp Bizkit era moda. Tal como Staind. Linkin Park. Nickelback. Hoobastank. Tudo o que viesse parido directa ou indirectamente via Interscope Records traduzia-se em excremento sonoro, quer para a Música de uma forma geral, quer para o praticante de yoga numa aula particular. Muito barulho. 0 conteúdo.

Diz que um tal de Justin Bieber baralharia e voltaria a dar num mundo já mergulhado em caos e desespero do pós 9/11…

O ÁLBUM

Não convém dissecar porque sobre ele, em boa verdade, não há muito a dizer. Os Limp Bizkit até vinham de um álbum relativamente desconhecido que já antevia as pegadas musicais que Durst queria trilhar. Temas como Pollution (um clássico do ‘peso’; leia-se Peso Não-Metallica ou Nunca-Pantera), Stalemate, Counterfeit, Indigo Flow ou Faith (uma cover que os catapultou para a fama; repetiriam a façanha, anos mais tarde, com uma versão alternativa de Mission Impossible) eram excelente forma de meter aquele sticker do Parental Advisory Explicit Content a piscar e tal.

Fame, you’re claiming is the top of the world / This stage I’m claiming is the top of the world 

(soqueiras para quem adivinhar de qual obra-prima de Limp Bizkit tratam estes versos)

A CENA ERA QUE

Os adolescentes comem tudo o que vier. Hoje, são reviews de youtubers. Em 1999 – pré 9/11, pré-iPhones, pré-facebook – as ‘referências’ não eram muitas e a moda espalhava-se de forma unidireccional, sem qualquer tipo de feedback ou discussão.

Recordo-me de uma viagem que fiz aos Estados Unidos, do alto dos meus 14 anos de idade. Em Portugal não sei o que se ouvia. Sei, que pelos Estados Unidos, São Francisco e arredores, nada mais se vendia e ouvia a não ser “bring it on!”. Eu comprei o Significant Other em K7.

Em K7 meus amigos!!!

MANO, NUNCA MAIS DEI UM CÊNTIMO AO DURST

Gravei o Three Dollar.

Gravei o Chocolate Starfish (álbum gravado num período recorde de três ou quatro semanas; foi dos que mais rápido facturou na História da Música, isto sei de memória!).

Fiquei tão impressionado com a ‘originalidade’ – que mais não era do que uma mistura rebelde de elementos desconexos de hip hop com soluços de rock, rap e punk, menos comum é a designação emo punk, que acho que encaixa like a chump (HEY) naquilo que os Limp Bizkit sempre fizeram: Coca-Cola musical.

Serve? Ya.

Faz mal? Talvez.

Pedimos quantas, 124?

#MANDA_VIR

DO QUE EU CURTI – MESMO – NO ÁLBUM

Os temas Don’t Go Off Wandering, No Sex e Just Like This são hits escondidos.

Alguns deles falam da vida de Fred e dos seus dilemas e demais malambas.

Há uma inspiraçãozeca na guitarra e as músicas entram bem no ouvido, ao contrário de outras que nos foram atiradas à cara: Nookie nunca rodou muito na rádio Portuguesa – e bem – mas não queiram saber o que é viajar pela Califórnia em modo… why did it take so long?! durante 358 horas a fio… mesmo.

   

Enquanto que Nookie foi escrita para a antiga lady de Durst – assim como Re-Arranged -, Break Stuff ainda hoje é um mistério que terá pago vários apartamentos a Durst e seus muchachos enfadados.

N2GetherNow era um feat fixe com Method Man, boa colaboração entre William Frederick Durst – yup, Martim de Cascais, hem?! – e Clifford Smith (btw, era a segunda música do Lado B do álbum:)

A artwork. Tal como os Korn (primos do nu metal), a iconografia de revolta e posters anti-establishment sublinhavam na perfeição alguma (os Limp Bizkit nem faziam assim tanto como isso) crítica social.

Les Claypool. O mago do baixo (que fez audições para os Metallica btw) tem momentos em que consegue ‘aparecer’ à janela, no meio da casa totalmente disfuncional e onde todos queriam entrar.

A Re-Arranged (sem Les, o que seria dela?!) é, honestamente, uma música passável em qualquer época musical que não se queira ignorar.

E Durst ainda nem tinha sextapes à solta nem realizado o seu filme…

DO QUE EU NÃO GOSTO

Excesso de street lingo, algo artificial, forçado e comercialmente ‘fofinho’ tendo em conta o posicionamento da banda. Segue uma amostra, em modo soft core:

Guy: “Look here, buddy, I gotta tell you somethin’, I gotta tell you a thing or two. I’ve just about had it up to here, I’ve had it up to here with everythin’ you’ve been doin’. Listen here, if you come in my territory one more time, next time I see you buddy, If you keep messin’ around, next time I see you I’m gonna punch you right in the face. You got that right in your face buddy, right in the face that’s where it’s goin’. My fist – your face, that’s where it’s goin’. Listen, listen, you better– you better shape up–you better shape up, son. If I don’t hear back from you– If I see you before you see me…..yeah, well, there you go, yeah. I’ll talk to you soon. You better be hopin’ I’m not angry…Heh, right in the face.”

(voz de Mathematics, no final da música I’m Broke)

Letras fáceis, pontuadas por fucks e fuckings a murro. Ninguém espera Shakespeare ou Marlowe da caneta de Durst. Mas calma aí boy… calma aí!

Que tivesse, apesar de algumas músicas mais fraquinhas, comprado, à época, 35 bonés.

Alguns dos Yankees, outros FubuI’ve got the reason and I don’t wanna let go!

QUANDO PODEM DIZER “BRING IT ON!”:

Faixa 2.

Faixa 4.

5.

A 6 podem passar.

7 (tem para lá um solo de batera e o camander).

Definitivamente a 8.

10.

11.

12 pode ser.

13 não vai mal.

E a seguir era explicar aos vossos pais onde raio ficava Vieira do Minho pá!

Bem, segue jogo e “balls made of steel”…

Balls made of steel…

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