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GNR no Coliseu do Porto: Se é virgem ou não, depende da fantasia de cada um!

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GNR no Coliseu do Porto: Se é virgem ou não, depende da fantasia de cada um!

by Pedro Vasco Oliveira

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Coliseu do Porto quase cheio para soprar a última das 35 velas do aniversário dos GNR celebrado ao longo de 2016 um pouco por todo o País e que teve o seu epílogo… em casa.

Com uma carregada pronúncia do Norte, os primeiros 35 anos foram efectivamente uma caixa negra que revelou nova gente da Bellevue. Homens temporariamente sós apresentaram-se e, por entre sangue oculto e o macabro, dançaram sós e deixaram impressões digitais em Ana Lee. Então, de Coimbra B ela rumou às dunas e aí esperou a morte ao Sol… “a ver garrafas de óleo, boiando vazias nas ondas da manhã”. E isto tudo, mas tudo mesmo, captado e perpetuado num vídeo Maria. Sabem que mais? Quero que tudo vá pró Inferno!

Resumo redutor, mas ainda assim um resumo com as palavras dos próprios que são quem melhor conhece a coisa.

Mas vamos lá ao concerto da cidade Invicta. A comemoração dos primeiros 35 anos dos GNR foi em casa, no Porto, com a banda a ter um desempenho, diga-se, bem melhor do que o público. Passo a explicar: a energia, o entusiasmo, a alegria e o rol de êxitos oferecidos por Rui Reininho, Tóli e Jorge Romão enfrentaram um Coliseu quase sempre sentado e que apenas a espaços ensaiou demonstrar mais entusiasticamente o afecto pela banda e contentamento pelo momento que se sentia no ar mas estava (demasiado) contido. Estranho não será também o facto de os ajudantes de sala andarem a sentar quem se experimentava levantar e dançar ao som de Efectivamente, Ana Lee ou outro qualquer tema que preencheu a primeira metade do concerto.

GNR no Coliseu do Porto: o público era um study case de heterogeneidade

Créditos: Sofia Salgado Mota

Foi por isso um concerto, de certo modo, morno por parte do público, porque os GNR estiveram muito bem, diria, iguais a si próprios e fizeram a festa. Afinal, como se esperava!

Aquelas cadeiras na plateia não lembram ao diabo e foi preciso Jorge Romão alertar o pessoal que se quisesse levantar que o podia fazer para que algo se alterasse dentro do Coliseu.

Os primeiros 35 anos mereciam mais entusiasmo e uma festiva reciprocidade entre palco e plateia.

E foi, então, que Reininho cantou “deitados nas dunas” e toda a gente decidiu levantar-se e, aí sim, a festa aconteceu.

É que o concerto, que seguiu o alinhamento do duplo CD/DVD agora lançado com o título de GNR: os primeiros 35 anos, foi um completo desfiar de sucessos, que a banda tem em grande quantidade e que ao longo dos anos têm conquistado novas audiências.

Créditos: Sofia Salgado Mota

Porém, talvez aí resida alguma da explicação para uma relativa apatia da assistência. Elas, diga-se em abono da verdade, mostravam-se mais expeditas, mas eles já não estão para “fitas”.

   

No Coliseu do Porto a assistência era bastante heterogénea, espelhando bem a abrangência de público que os GNR conseguiram desde 1981. Eram poucos os sub-30, eram bastantes os “reformados” (!!!) e em força os que preenchem a faixa etária entre aquelas duas. O público era de facto um study case, em especial pelo comportamento que teve durante a maioria do tempo do concerto. Mas deixo isso para os antropólogos, os sociólogos e outros afins…

GNR: uma viagem por 35 anos de carreira

Viajando por todos os seus trabalhos discográficos desde o primeiro álbum de originais, os GNR voltaram a demonstrar porque são uma das únicas três bandas do chamado Boom do Rock Português do início dos anos 1980 que se mantém no activo… e desde então.

Pelo palco passaram ainda os convidados Rita Redshoes, Javier Andreu e Isabel Silvestre, com estes dois últimos a partilharem dois dos momentos mais emotivos do concerto.

Créditos: Sofia Salgado Mota

Créditos: Sofia Salgado Mota

Se em Sangue oculto, com Andreu, a assistência vibrou, em Pronúncia do Norte, com Isabel Silvestre, o Coliseu exultou, cantou e emocionou-se.

No fecho, o Coro Juvenil do Musicentro dos Salesianos de Lisboa subiu ao palco para interpretar + Vale Nunca, naquilo que foi um encerramento (muito) perto do apoteótico.

Créditos: Sofia Salgado Mota

Reininho (voz), Tóli (piano, acordeão e guitarra) e Romão (baixo) estiveram acompanhados em palco por Samuel Palitos (bateria), Paulo Borges (teclados), Tiago Maia (guitarra) e Ianina Khmelik (violino). Impecáveis.

No final, o melhor que se pode dizer sobre os GNR e estes primeiros 35 anos é que são as canções que (ainda) valem, mas a interpretação e presença em palco do trio não são pormenores na longevidade e no sucesso da banda estandarte da cidade Invicta.

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