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Foo Fighters: A Celebração do Espírito Rock

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Foo Fighters: A Celebração do Espírito Rock

by Pedro Vasco Oliveira

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Foi em 2011, em Londres, que conheci Dave Grohl, Pat Smear e Taylor Hawkins no decorrer da pré-inauguração da exposição que celebrou quatro décadas dos Queen, nas instalações de uma antiga fábrica no East End.

Nesse mesmo ano, os Foo Fighters iriam regressar a Portugal pela segunda vez, protagonizando um concerto de excelente memória no ainda Optimus Alive!.

Bem-disposto e muito agradado com a exposição, Dave Grohl revelou, na altura, estar ansioso por voltar a tocar em Portugal, repetindo a presença em 1994 com os Nirvana e de 2004 já com os Foo Fighters no debutante Rock in Rio Lisboa.

A propósito dessa passagem dos Foo Fighters, no Verão de 2011, pelo Passeio Marítimo de Algés, este vosso devoto escriba fixou que os norte-americanos “foram a grande atracção, levando os milhares de pessoas à sua frente ao delírio durante duas horas e meia de concerto”.

Ainda na ressaca do concerto, lembrava que “houve tempo para se ouvir de tudo e o ex-Nirvana Dave Grohl mostrou estar a gostar”, para no rescaldo do festival resumir: “E como o prometido é devido, os Foo Fighters cumpriram e mais de meia década depois vieram, chegaram e venceram. Em quase duas horas e meia de actuação, faltaram 10 minutinhos, Dave Grohl e seus pares fizeram as delícias da multidão que os enfrentava. Rock como o meu povo gosta e nada mais é preciso”.

Seis anos volvidos, ei-los de volta ao local do crime (leia-se, festival Alive!) para gáudio dos muitos fãs que a banda tem em terras lusitanas.

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Foo Fighters é o melhor que podia ter emergido do inesperado fim dos Nirvana, apesar de ser algo que há muito vinha sendo burilado por Dave Grohl. Lá de trás do bombo, da tarola, dos timbalões e dos pratos saiu Grohl para apresentar algo que continua a celebrar o espírito rock. A banda é um produto de Dave Grohl, que no arranque, inclusive na gravação do primeiro e epónimo álbum, era mesmo o único membro dos Foo Fighters.

Nate Mendel, no baixo, e William Goldsmith, na bateria, foram os primeiros a juntar-se ao ex-baterista dos Nirvana, que agora, para além da composição, assumia também a guitarra e a voz. Ao trio juntou-se Pat Smear, guitarrista que acompanhou os Nirvana na derradeira digressão, aquela que passou por Portugal em 1994.

Durante a gravação do segundo longa-duração, «The Colour and the Shape» (1997), Goldsmith abandonou a banda, queixando-se que Grohl tocava a maior parte das baterias. Também por esta altura Pat Smear deixava a banda, para regressar oito anos depois, em 2005.

Para os seus lugares entram Taylor Hawkins (bateria) e Franz Stahl (guitarra), que sairia da banda ainda antes da gravação de «There Is Nothing Left to Lose», o terceiro álbum editado em 1999.

Dois anos volvidos, quando a banda estava a iniciar as gravações do quatro álbum, Dave Grohl tira uma licença sabática dos Foo Fighters e abraça de novo a bateria, no disco «Songs of the Deaf», dos Queens of the Stone Age (2002). Isto seria algo que repetiria uns anos mais tarde.

Pedro Vasco Oliveira com Dave Grohl em Londres

Ainda em 2002, os Foo Fighters lançam «One by One», o quarto longa-duração de uma banda que, acima de tudo, celebra o rock’n’roll, por mais gavetas que arranjem para os colocar.

Dando largas à imensa criatividade que sempre evidenciou, Grohl faz mais uma incursão paralela aos Foo Fighters e lança, em 2004, «Probot», um projeto com o mesmo nome e que contou na voz com algumas das lendas do heavy metal como Lemmy Kilmister (Motörhead), Snake (Voivod), King Diamond ou Max Cavalera (Sepultura e Soulfly).

No ano seguinte, chega ao mercado «In Your Honor», duplo-CD em que um dos discos é acústico e o outro eléctrico. É aí que surge «Best of You», uma das mais aclamadas canções dos norte-americanos.

Em 2006, com o sucesso em crescendo, os Foo Fighters editam o álbum ao vivo «Skin & Bones», para no ano seguinte lançarem «Echoes, Silence, Patience & Grace», mais um disco triunfante no panorama rock mundial e que rendeu à banda os primeiros Grammy Award.

   

Provavelmente porque o sucesso é muito cansativo (ou não!), Grohl anunciou uma paragem na actividade dos Foo Fighters, interrompido pelo lançamento de um «Greatest Hits» (2009), que continha um novo tema: «Wheels».

Isto numa altura em que Grohl se voltava para um outro projecto paralelo. Them Crooked Vultures, um super-grupo com Josh Homme, dos Queens of the Stone Age, e John Paul Jones, dos Led Zeppelin, e que actualmente está em banho-maria, aguardando-se um segundo álbum há vários anos.

Em 2011 chega aos escaparates «Wasting Light», mais um caso sério de êxito junto do público e que conta com a participação de Pat Smear nas gravações, algo que não acontecia desde 1997. O álbum guindou-se ao número um das tabelas de vendas e rendeu mais quatro Grammy aos Foo Fighters.

No entretanto, enquanto a banda levava «Wasting Light» em tournée ao longo de 2012, outros projectos vêem a luz do Sol, como a compilação de versões intitulada «Medium Rare» e ainda o documentário sobre a banda «Back and Forth».

Novo hiato com Grohl a regressar à bateria dos Queens of the Stone Age para o longa-duração de 2013, «…Like Clockwork».

O regresso dos Foo Fighters aconteceu em 2014 com o álbum «Sonic Highways».

Apesar de não ser uma banda-sonora, «Sonic Highways» partilha o título com uma série de oito episódios que Dave Grohl realizou para a HBO. Para o álbum e a série, Grohl, Hawkins, Mendel, Shiflett e Smear escreveram e gravaram uma canção em cada uma das oito cidades visitadas, mergulhando na cena musical de cada um destes locais.

Todos os temas contam com a participação de lendas locais, com cada letra escrita num estilo experimental sem precedentes, inspirada pelas conversas e pela partilha de experiências desses e com esses músicos resultantes dessas mesmas entrevistas.

Em plena digressão, na Suécia, Dave Grohl caiu do palco e partiu uma perna. A tournée ficaria conhecida como a «Broken Leg Tour», visto que o músico natural do Ohio actuou nos restantes concertos sentado num trono e de perna engessada.

Discograficamente falando, o mais recente que os Foo Fighters deram aos melómanos foi o EP «Saint Cecilia», editado no final de 2015, em homenagem às vítimas dos atentados terroristas em Paris.

Foo Fighters em Portugal

Passeio Marítimo de Algés (Lisboa) – 7 Julho 2017

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E, assim sendo, é de esperar que no Passeio Marítimo de Algés, à semelhança da sua última presença em Portugal e também no NOS Alive!, aconteça um concerto pleno de energia rock, temas bandeira de uma geração e um «feel alive» autêntico.

Dia 7 de Julho, o Palco NOS recebe uma das mais conceituadas e respeitadas bandas rock do momento. Dave Grohl encarna o espírito como poucos e dá mostras disso não apenas nos discos, mas especialmente em palco.

Por isso, e por tudo o resto, o regresso dos Foo Fighters a Portugal e ao NOS Alive! é música para os ouvidos dos amantes de rock’n’roll.

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