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Tribalistas: uma Velha Infância preocupada com o Novo Mundo

Tribalistas: uma Velha Infância preocupada com o Novo Mundo

by Gonçalo Sousa

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O álbum que assinala o regresso de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown com o projeto Tribalistas já está nas lojas em formato físico, depois de ter sido lançado inicialmente no final de agosto em formato digital.

A notícia do regresso dos Tribalistas, 15 anos após o primeiro disco, foi avançada de surpresa, para espanto de milhares de fãs que acompanharam em direto, na página do Spotify no Facebook, a apresentação deste novo álbum de título homónimo.

E a surpresa transformou-se em mais uma prova de popularidade do trio brasileiro: mais de 5,52 milhões de seguidores em todo o mundo acompanharam a apresentação em direto deste novo disco! E existem boas razões para isso.

Apesar de não apresentar uma sonoridade distinta do primeiro disco, o que se nota sobretudo em músicas como Aliança, Feliz e Saudável, Ânima e Fora da Memória, os Tribalistas demonstram contudo enorme sagacidade e acuidade na abordagem dos problemas do Brasil e do Mundo.

Com canções recheadas de temas pesados e sérios, mas porém leves e fáceis de assimilar, o disco apresenta coordenadas muito interessantes sobretudo nas músicas Diáspora, Um só, Trabalivre e Baião do Mundo.

Existe ainda espaço e tempo para uma pequena pérola: Fora da Memória conjuga os diferentes timbres vocais de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown de forma arrepiante! E seria criminoso esquecer de mencionar o doce auditivo que encerra o disco. No tema Os Peixinhos, cuja letra pueril mais a participação de Carminho como co-autora torna impossível não escutar uma lufada de fado português, os Tribalistas demonstram que além de sensíveis e talentosos, o trio é muito mais do que a soma das partes.

   

A Velha Infância encontra a nova geração

Na ocasião da transmissão ao vivo pelo Facebook, no dia 10 de agosto, Arnaldo Antunes disse: “Não é volta dos Tribalistas, porque os Tribalistas nunca foram. A gente sempre esteve aí”. E acrescentou como por exemplo a música Um Só “fala da convivência com as diferenças. A gente vê um momento que está tudo muito dividido e a gente gosta de poder juntar as coisas e poder conviver com os paradoxos e contradições”.

“Desde que fizemos o primeiro álbum que nunca deixámos de estar próximos nem parámos de compor em parceria. Mas, desta vez, sentimos que tínhamos em mãos uma coleção de canções que soavam mais potentes quando cantadas pelos três em conjunto, daí surgiu o desejo de gravar um novo álbum”, resumiu Marisa Monte.

Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown gravaram “Tribalistas” com músicos da nova geração, como Dadi, Cézar Mendes e Pedro Baby, sendo que também a fadista portuguesa Carminho colaborou nos temas Os Peixinhos e Trabalivre.

Relembramos ainda que Carminho em 2016 lançou um disco integralmente dedicado a Tom Jobim, como corolário da sua ligação musical ao Brasil, e já gravara com Marisa Monte a canção “Chuva no Mar”, incluída no seu disco “Canto” (2014) e na colectânea “Coleção” (2016) assinada por Marisa Monte.

Deste novo disco são ainda conhecidos os singles “Diáspora”, “Um Só”, “Fora da Memória” e “Aliança”. Além do CD, este novo “Tribalistas” foi também editado em DVD, que inclui imagens das gravações em estúdio de todas as canções do álbum, registadas por Dora Jobim.

Lançado em 2002, o primeiro CD/DVD dos Tribalistas (que tem os temas Já Sei Namorar e Velha Infância e muitos outros sucessos) vendeu mais de três milhões de cópias e tornou-se rapidamente um fenómeno de popularidade não apenas no Brasil, mas também em vários países do mundo – nomeadamente em França, Itália, Espanha, Portugal e Argentina.

CONFIRA A DISCOGRAFIA DOS TRIBALISTAS NAS LOJAS ONLINE E PLATAFORMAS DE STREAMING:

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Comments

  • 25 October, 2017

    Curto bastante o trabalho dessa banda.

  • 06 November, 2017

    Isto sim é um projeto incrível, cheio de criatividade, tem música, tem poesia, tem amor, tem inteligência, tem cuidado, tem sustentabilidade, tem muitas informações extra música que a cada ouvida temos uma nova impressão ou uma nova perspectiva no ouvir, parar para pensar em cada instrumento e melodia, o casamento das vozes com a textura dos instrumentos escolhidos, enfim, achei incrível, o som que o Brasil sente falta.
    Estou começando a visitar blogs e adorei este.

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