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Beastie Boys: os nova-iorquinos que conquistaram o punk

Beastie Boys: os nova-iorquinos que conquistaram o punk

by Eduardo Aranha
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Estamos mesmo no abrir da década 80 quando nasce, em Nova Iorque, uma banda que deu muito que falar nos anos que se seguiram: os Beastie Boys. Composta por três membros, todos eles nascidos e criados na Big Apple, a banda procurava distinguir-se no mundo da música punk. E a verdade é que sem Mike D (Mike Diamond), MCA (Adam Yauch) e Ad-Rock (Adam Horovitz) o punk seria muito mais pobre.

Nos primeiros anos, a constituição do grupo era ligeiramente diferente daquela pela qual hoje o recordamos. Os Beastie Boys foram formados por Mike D e MCA mas no início integravam também Kate Schellenbach, que tomava conta da bateria e o guitarrista John Berry.

É enquanto quarteto que os Bestie Boys editam o EP Polly Wog Stew, para a editora independente Rat Cage. Na altura, este trabalho passou quase despercebido pela audiência mas a banda não se deixou desanimar. Em 1983, chega a hora de se fazerem reajustes na banda. A saída de Schellenbach e Berry implica a entrada de Ad-Rock, um jovem com quem a banda se tinha cruzado dois anos antes. Até então, Ad-Rock já tinha mostrado o seu valor musical no grupo hardcore The Young and the Useless, fundada por ele mesmo. O trio está então reunido e prepara-se para conquistar o sucesso.

As críticas negativas e os recordes quebrados

O ano de 1985 junta os Bestie Boys à Def Jam Recordings e Columbia Record. Este é um bom ponto de partida. Ao lado da editora, a banda produz o êxito She’s On It para a banda sonora do filme Krush Groove. Graças ao filme, a música tornou-se um sucesso e lançou a banda. No mesmo ano, os Beastie Boys fazem a abertura dos concertos de Madonna, durante o Virgin Tour, assim como os dos Run DMC. Uma evolução significativa em menos de um ano.

Mas falemos de álbuns. O primeiro álbum dos Beastie Boys chega em 1986. Com o título License to Ill, o trabalho foi criticado negativamente pelos críticos. No entanto, por muito que isto pareça contraintuitivo, foi um dos discos de estreia que mais rápido vendeu na história da Columbia Records. Nas primeiras seis semanas foram vendidas mais de 70 mil exemplares do álbum. O single Fight For Your Right (to Party) explica grande parte do sucesso.


Ironicamente, com o encerrar dos anos 80, License to Ill acabou por ser eleito como o álbum de rap com maior sucesso comercial da década. Entre os fãs, as opiniões eram muito contraditórias. Havia quem continuasse a achar os Bestie Boys uns verdadeiros “piratas culturais”. Fossem as opiniões que fossem, a verdade é que os Beastie Boys tinham fãs por todo o mundo.

Ao trocarem Nova Iorque pela Califórnia, em 1989, começam a trabalhar com os produtores Dust Brothers e gravam o álbum Paul’s Boutique. Desta vez, o trabalho é editado pela Capitol Records. Criticado em termos comerciais, só recebeu mérito com o passar do tempo, ao ser considerado visionário pela técnica de cut-and-paste que os Beastie Boys introduzem em algumas faixas.

   

Os Beastie Boys fundam a Grand Royal

O terceiro álbum, Check Your Head, é lançado em 1992 pela recém criada editora dos próprios Beastie Boys, a Grand Royal. É aqui que os fãs ouvem pela primeira vez alguns dos clássicos como Jimmy James, Pass The Mic e Watcha Want.

Dois anos depois, surge o 4.º álbum de estúdio Ill Communication. Basta dizer que é neste disco que está Sabotage e Sure Shot para perceber por que razão chegou ao número um das tabelas e arrecadou a dupla platina. O verão de 1994 contou ainda com a presença dos Beastie Boys no Festival Lollapalooza, onde foram cabeças de cartaz.

Embora a editora Grande Royal se tenha começado a dedicar mais a outros nichos de mercado – chegou mesmo a produzir álbuns de outros artistas e a editar uma revista homónima – a banda manteve-se no ativo. Até ao final do milénio o grupo lança o álbum Hello Nasty, que lhes valeu um Grammy.

O papel ativista da banda e o fim

Após o fatídico atentado do 11 de setembro, os Bestie Boys assumiram um importante papel a nível de ativismo político. Mais do que demonstrarem esse papel nos seus trabalhos musicais, a banda organizou vários eventos, como o Concerto New Yorkers Against Violence, cerca de um mês após o desastre. Em 2003, lançam uma música protesto contra a Invasão do Iraque, intitulada In A World Gone Mad, que é disponibilizada de graça em vários websites.

Por esta altura, os Beastie Boys decidem também que está na hora de regressarem a casa. Ao abrirem um estúdio novo em Nova Iorque, começam a trabalhar no álbum To The 5 Boroughs que homenageia a cidade onde nasceram. Até 2011, lançam mais dois álbuns de estúdio, The Mixup, que ganha um Grammy em 2007 e Hot Sauce Committee Part Two, lançado em 2011.

O ano seguinte consagra-os quando integram o Rock and Roll Hall of Fame e marca também o fim da banda. É por esta altura que o público fica a saber que Adam Yauch está muito mal de saúde. Incapaz de estar presente no Rock and Roll Hall of Fame, Yauch escreve um discurso comovente que é lido pelos outros membros da banda. No mês seguinte, acaba por falecer, com 47 anos, após uma luta de três anos contra o cancro.

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